Poema inédito de Fernando Pessoa, escrito em 1918, foi descoberto na
última página de um diário. José Paulo Cavalcanti, maior colecionador de textos
de Pessoa, recebeu de um antiquário a oferta do diário de viagens.
O poema:
Cada palavra dita é a voz de um morto.
Aniquilou-se quem se não velou
Quem na voz, não em si, viveu absorto.
Se ser Homem é pouco, e grande só
Em dar voz ao valor das nossas penas
E ao que de sonho e nosso fica em nós
Do universo que por nós roçou
Se é maior ser um Deus, que diz apenas
Com a vida o que o Homem com a voz:
Maior ainda é ser como o Destino
Que tem o silêncio por seu hino
E cuja face nunca se mostrou.
Para
regalo dos amantes da poesia, outros inéditos de pessoa estão por vir.
Demais André, fiquei emocionado. Homenagem ao silêncio.
ResponderExcluirPessoa vivo e produtivo. Muito bom.
ResponderExcluirO primeiro verso é um monumento!
ResponderExcluirBendito diário de viagem! A