terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Brooklin



Brooklin, de John Crowley, é um filme delicado, desses que não se fazem mais nos dias de hoje.
Em meio a tanta pancadaria (Mad Max, tão badalado, exagera na violência e cansa o expectador; O Regresso nos deixa exaustos, com pena do DiCaprio tanto que ele apanha, do urso, dos índios, da vida...), Brooklin conta uma história de imigração – nem tão dramática assim – mas que é capaz de nos emocionar, pois o filme é bem feito, o roteiro bem adaptado, baseado no romance homônimo de Colm Tóibín.
A mocinha Eilis, vivida por Saoirse Ronan, candidata ao Oscar de melhor atriz, tem um desempenho sensacional. Quando ela encontra o namorado, um italianinho bonito e amoroso, o filme ganha cores de um certo romantismo exagerado, mas agrada a plateia, que torce pela protagonista.
            A historia transcorre calmamente, Eilis parece adaptar-se bem à nova vida, porém o expectador aguarda com ansiedade o surgimento de algum conflito. Isso é interessante porque ocorre na vida real, com pessoas reais. Algumas delas não suportam que a vida transcorra serena, feliz mesmo, e ficam permanentemente esperando por uma tragédia. São incapazes de serem felizes.
            Mas no filme o conflito acaba por chegar. Surge a questão das escolhas, o que também aplica-se à nossa vida cotidiana. De modo que, fiel à ideia de que um bom filme é aquele capaz de provocar conversas ao final, regadas por um bom vinho, então Brooklin é um ótimo filme!

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