domingo, 27 de setembro de 2015

A hora e a vez do Cinema Nacional



“Matraga não é Matraga, não é nada.”
Assim Guimarães Rosa inicia seu famoso conto A hora e a vez de Augusto Matraga. Com estas mesmas palavras tem início o monumental filme de Vinícius Coimbra, homônimo ao conto, que acaba de ser lançado em poucos cinemas por falta de verbas, o mesmo motivo que retardou sua apresentação, desde que foi premiado no Festival do Rio em 2011.
Digo que o filme é monumental para não perder tempo com mais adjetivos. É épico! As interpretações de João Miguel e José Wilker entram para a história do Cinema Nacional.
A locação, Diamantina, é belíssima. Muitas das falas dos atores são fieis ao texto rosiano, o que valoriza em muito os diálogos.
Como toda a obra de Rosa, o tema central é universal; porém, resumi-lo à eterna luta entre o Bem e o Mal é empobrecê-lo. Há muito mais na conversão de Augusto Estêves, de codinome Matraga.
Para os que já conhecem a história, o filme de Coimbra acrescenta em emoção, beleza, ação, relações humanas, amor e ódio. Para os que não a conhecem, o filme será uma grande surpresa, e a motivação que faltava para a leitura do conto, uma das histórias de Sagarana, obra seminal de Guimarães Rosa, cuja primeira publicação ocorreu em 1946.

Cinco estrelas é pouco para A hora e a vez de Augusto Matraga, do diretor Vinícius Coimbra!

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