“Matraga não é Matraga, não
é nada.”
Assim Guimarães Rosa
inicia seu famoso conto A hora e a vez de
Augusto Matraga. Com estas mesmas palavras tem início o monumental filme de
Vinícius Coimbra, homônimo ao conto, que acaba de ser lançado em poucos cinemas
por falta de verbas, o mesmo motivo que retardou sua apresentação, desde que
foi premiado no Festival do Rio em 2011.
Digo que o filme é
monumental para não perder tempo com mais adjetivos. É épico! As interpretações
de João Miguel e José Wilker entram para a história do Cinema Nacional.
A locação, Diamantina, é
belíssima. Muitas das falas dos atores são fieis ao texto rosiano, o que
valoriza em muito os diálogos.
Como toda a obra de Rosa,
o tema central é universal; porém, resumi-lo à eterna luta entre o Bem e o Mal
é empobrecê-lo. Há muito mais na conversão de Augusto Estêves, de codinome
Matraga.
Para os que já conhecem a
história, o filme de Coimbra acrescenta em emoção, beleza, ação, relações
humanas, amor e ódio. Para os que não a conhecem, o filme será uma grande
surpresa, e a motivação que faltava para a leitura do conto, uma das histórias
de Sagarana, obra seminal de Guimarães Rosa, cuja primeira publicação ocorreu
em 1946.
Cinco estrelas é pouco
para A hora e a vez de Augusto Matraga,
do diretor Vinícius Coimbra!
Este não se pode perder! E também a releitura do conto.
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