segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Pelados e bípedes




Parente dos humanos, gorila carrega filhote 
agarrado nos pelos das costas

O bipedismo ainda carece de explicação convincente pela biologia evolutiva. São inúmeras as teorias apresentadas até agora, às quais junta-se a ideia de Lia Amaral, docente aposentada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a cientista, que a despeito de uma carreira brilhante na Física tem se dedicado ao estudo da evolução das espécies, a perda dos pelos nos ancestrais dos humanos provocou uma pressão seletiva, levando ao bipedalismo.

Afirma Lia Amaral: “Tornar-se bípede é um esforço evolutivo imenso, que só pode ocorrer por forte pressão seletiva. Quando os ancestrais dos humanos perderam os pelos, os bebês não tinham mais onde se agarrar em suas mães, o que os forçou a abandonar o andar quadrúpede.”

Ela completa: “Não há bípede peludo, não há quadrúpede pelado. Para uma física, é evidente que há correlação necessária entre nudez e bipedalismo.”

Lia aplicou conhecimentos da Física para amparar sua hipótese, tais como a análise do equilíbrio na locomoção quadrúpede dos gorilas e concluiu que, para que o filhote não escorregue, o ângulo formado pela parte superior do seu corpo durante a locomoção tem de ser, no máximo, de 30 graus.

Par e passo, entre erros e acertos, longe da verdade definitiva, a Evolução das Espécies vai sendo lindamente decifrada.



Um comentário:

  1. Interessante: pelos e postura, aparentemente sem relação, se mostram ligados evolutivamente. Esses pesquisadores são perspicazes.

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