quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

poucos



poucos os leitores poucos
esses amores tampouco
enchem das mãos os dedos
pouco o tempo pouco
de contar os dias
e de contar os medos
dias que eram como que
um cantar de melodias leves
justas concisas condensadas breves
de um desbravar de meio-dias
em segredo
pouca a leitura tão pouca
hegel marx freud o teeteto
a filosofia que a literatura espouca
louca
rouca
o dharma o dao a trilha reta
o que então por quanto tempo
um tempo de instantes
tristes mudos e vibrantes
que eram horas antes
e contudo agora
são segundos poucos
tão poucos mesmo

                                              aldo pereira neto

2 comentários:

  1. Sentida expressão da vida que se encolhe, da brevidade, da precariedade. Muito bonito.

    ResponderExcluir