As notícias mais recentes veiculadas pelas mais variadas mídias
sobre o último massacre ocorrido numa pequena cidade dos Estados Unidos não
cansam de repetir que as investigações policiais que podem se estender por vários
meses procuram desvendar as razões pelas quais os horrendos crimes foram
cometidos, sem poder garantir, no entanto, à população do país e ao mundo, que
conclusões claras e definitivas possam vir à tona tendo em vista o fato
inexorável e definitivo de que o agente criminoso que não poupou a própria vida
também não deixou qualquer relato que pudesse explicar seu próprio
comportamento, nem mesmo em seu computador pessoal, onde as pessoas hoje em dia
costumam deixar gravados os próprios pensamentos ideias sentimentos
confidências intimidades reais ou ficcionais, nas mídias sociais ou em blogs, o
que infelizmente não se verificou após exaustivo vasculhamento do hard disk do
criminoso, muito embora uma frase tenha despertado a curiosidade dos
incansáveis investigadores, inscrita no centro da tela de abertura do
computador em verdana 18, negrito, é claro, portanto bem à vista dos
vasculhadores,
Proust não morreu
o que em definitivo não combina com o jovem
aparentemente desmiolado que assassinou tantas crianças numa escola primária, a
menos que ele não tenha sido tão desmiolado assim, ponderou experiente detetive
com certos pendores literários e que se dispôs a ler os sete volumes do Em
busca do tempo perdido, agora em busca de alguma pista que pudesse desvendar as
motivações daquela mente criminosa, ideia que mereceu restrições do chefe de
polícia pelo tempo a ser dispendido na tarefa, muito tempo perdido segundo ele,
além da incerteza de que algum resultado positivo pudesse ser encontrado, ao
que outro policial prontamente sugeriu que fosse lida uma recente versão da
mesma obra em quadrinhos, portanto mais curta e mais acessível, o que foi
prontamente aceito pela comunidade investigativa, já que nenhuma outra pista
tinha sido levantada até aquele momento, fato já salientado pelos experts, o de
que as investigações policiais poderiam se estender
por vários meses procurando desvendar as razões pelas quais os horrendos crimes
foram cometidos, sem poder garantir, no entanto, à população do país e ao
mundo, que conclusões claras e definitivas pudessem vir à tona, tendo em vista
o fato inexorável e definitivo de que o agente criminoso que não poupou a
própria vida não deixou qualquer relato que pudesse explicar seu próprio
comportamento, nem mesmo em seu computador pessoal, exceto por uma enigmática
frase inscrita na tela de abertura do computador dele, uma possível real
indicação motivadora dos crimes, embora cheia de mistério e ocultamento, quase
impenetrável pela sua hermeticidade, mas que está neste preciso momento sendo
submetida à minuciosa análise pelo moderníssimo computador de última geração da NASA, e
que a polícia prefere não divulgar ainda para não atrapalhar o rumo das investigações.
Perfeito! Assunto adequado para uma texto em avalanche.
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