Tatiana Belinsky
Até ontem eu não sabia.
Limerick ou limerique é um poema de uma única
estrofe, composto de 5 versos; o primeiro, segundo e quinto versos rimam entre
si, e devem ter oito ou nove sílabas; o
terceiro e quarto versos também rimam entre si, são mais curtos, com cinco ou seis
sílabas. O conteúdo é geralmente jocoso, às vezes obsceno. (Para alguns,
a obscenidade deve ser uma característica obrigatória do limerique.)
Os cinco versos do limerique seguem o
esquema de rimas AABBA. Não encontrei qualquer referência sobre a existência ou
não de título para cada poema. Em resumo, é um poema curtinho e engraçado. Mas
não é tão fácil de se fazer...
Para
complicar um pouco as coisas, um limerique tem um certo ritmo, criado pela ênfase dada às
sílabas. O primeiro, segundo e quinto versos recebem a denominação de:
Verso Anapéstico – duas sílabas curtas
seguidas por uma longa (pa-pa-pam, pa-pa-pam) Aqui vai um exemplo (note que a
ênfase naturalmente cai nas sílabas em itálico): Es-ta-rei a-ma-nhã por-a-qui / Es-tu-dan -do, o-ter-ná-rio-ca-paz.
O terceiro e quarto versos recebem denominação
de:
Verso Anfíbraco – uma sílaba longa
entre duas curtas (pa-pam-pa, pa-pam-pa. Exemplo: No-ber-ço pendente de ramos floridos/Em que eu pequenino feliz dormitava.
Este nome limerick é tido por alguns como
uma referência à cidade irlandesa
de Limerick, talvez onde
tenha se originado. Porém, seu uso foi registrado pela primeira vez na Inglaterra, em 1846, quando
Edward Lear publicou A
Book of Nonsense.
No Brasil, Sousândrade e Clarice
Lispector foram os primeiros a divulgar os limeriques. Mas foi Tatiana
Belinky (Petrogrado,
1919 — São Paulo, 2013), escritora
infanto-juvenil, autora, tradutora e adaptadora de mais de 250
livros, quem mais se dedicou a esta forma de poema entre nós. Nascida na
Rússia, chegou ao Brasil com dez anos de idade, radicando-se em São Paulo.
Em 1987 publicou o livro Limeriques, pela editora FTD, inspirado nos limeriques irlandeses. Recebeu vários prêmios literários,
entre eles o Prêmio Jabuti,
em 1989. Eis alguns exemplos de limeriques
da autora:
Ao ver uma velha
coroca
fritando um filé de
minhoca
o Zé Minhocão
falou pro irmão:
“Não achas melhor ir pra toca?”
Você sabe o que é
Cocanha?
Cocanha é uma terra
estranha,
País que se esconde
Ninguém sabe onde
Lugar misterioso, a Cocanha.
O leitor está convidado, pois, a limericar.
Este é o limerique mais clássico. Os versos mais longos têm 8 sílabas poéticas.
ResponderExcluirÉ o louco desasnando!...
Se ostra é um prato fino
ResponderExcluire gênio o tal de Tarantino,
o louco está louco,
e não muito pouco,
pois falta ao pobre algum tino.
Ah! Ah! Ah!
ExcluirMuito bom! .....Apesar de ostras serem tão boas.... mas do ponto de vista literário o limerique está excelente!!! Até jocoso é!!! Falar mal de ostras só pode ser piada!!!
ResponderExcluirAchei maravilhoso os poemas limerique. Não conhecia
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