quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Jogo bruto



Jogo bruto entre Brasil e Argentina, em San Juan 

Juan Mabromata/AFP/Folha de S.Paulo



Brasil e Argentina empatam em jogo sem gols, ontem em San Juan. 

            Brasil mantém invencibilidade nas Eliminatórias, com 11 vitórias e 2 empates. Argentina também se classifica por antecipação para a Copa do Mundo no Qatar. 

            Lionel Messi completamente apagado durante o jogo. Neymar fez falta? Jogo nervoso, ríspido, bruto mesmo. Uma ou outra jogada de boa técnica de ambos os lados ao longo de toda a partida, com destaque para Paquetá. Nada mais.

            Apenas um triste lance marcou para sempre a história do principal clássico sul-americano. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Otamendi desferiu acintosa cotovelada na boca de Raphinha, em disputa de bola junto à linha de fundo da defesa argentina, depois do defensor ter sido seguidamente driblado pelo ponta brasileiro. Ele simplesmente foi à forra, não tolerou a humilhação, partiu para a agressão física, pública e criminosa, sem qualquer pudor. A tevê mostrou a boca sangrando do brasileiro.

            É possível que o árbitro uruguaio Andres Cunha não tenha visto o lance, é possível. Mas ele consultou o VAR, nada marcou, a partida seguiu. O árbitro de vídeo era Esteban Ostojich, que apitou a final da Copa América este ano, no Maracanã, vencida pela Argentina.

            A repetição das imagens a partir de então não deixou qualquer dúvida: infração grave, claríssima, o argentino deveria ter sido expulso. Hoje não há mais discussão para este tipo de lance, é cartão vermelho. Se o juiz não viu, o VAR viu. Por quê não recomendou a expulsão? 

      Para mim, o jogo perdeu a graça depois disso. Os argentinos continuaram com provocações, deboche, rispidez, deslealdade, estimulados pela torcida, como há muito não se via. Penso que os brasileiros reagiram mal a tais provocações, ou nem reagiram. Triste zero a zero.

            

Um comentário:

  1. Crônica excelente e necessária. O futebol sul-americano se distancia a passos largos do europeu. Em breve teremos que encontrar outro nome para o esporte que praticamos por aqui. As imagens do Raphinha com a camisa e a boca ensanguentada vagando irregularmente pelo campo até o fim do primeiro tempo ilustram bem a selvageria que não deveria existir em época alguma.

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