O último dos trinta e um capítulos do segundo volume de Escravidão, de Laurentino Gomes (Globo Livros, 2021), recebe o sugestivo título de O Presente. Eis um pequeno e significativo fragmento:
“Em seus oito primeiros anos no Brasil, o príncipe regente outorgou mais título de nobreza do que em todos os trezentos anos anteriores da história da monarquia portuguesa. Desde sua independência, no século XII, até o final do século XVIII, Portugal tinha computado dezesseis marqueses, vinte e seis condes, oito viscondes e quatro barões. Ao chegar ao Brasil, dom João criou vinte e oito marqueses, oito condes, dezesseis viscondes e quatro barões. ... O príncipe atribuiu 4.048 insígnias de cavaleiros, comendadores e grã-cruzes da Ordem de Cristo, 1.422 comendas da Ordem de São Bento de Avis e 590 comendas da Ordem de São Tiago. “Em Portugal, para fazer-se um conde se pediam quinhentos anos; no Brasil, quinhentos contos”, escreveu o historiador baiano Pedro Calmon.”
In Escravidão, volume II
Laurentino Gomes,
Globo Livros, 2021, p 459.
Termino assim a leitura do segundo volume dessa obra monumental chamada Escravidão. Os quatro últimos capítulos, A liberdade é branca, Quebrando grilhões, O naufrágio e O presente, trazem o tema central para os dias atuais, permitindo assim que o leitor possa compreender melhor o Brasil de hoje.
Aguardemos, pois, o terceiro volume!
É preciso um jornalismo que nos explique a História.
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