domingo, 15 de agosto de 2021

A cidade e o monstro

 


O que há de tão espetacular nessa fotografia? Ela me impressionou fortemente, desde a primeira mirada. Penso que seja pelo contraste.

No primeiro plano vemos uma rua surpreendentemente plana, movimentada, os anúncios de pequenas lojas, um bar com propaganda da Coca-cola na entrada, gente nas calçadas. O dia está ensolarado e cheio de vida! A arquitetura das construções é típica da região, uma cidade na Suíça, e muito bonita. 

            No segundo plano, o início da montanha, algumas casas em meio a pinheiros, o gramado verde que chega até uma muralha de pedra.

            Ao fundo, o monstro de uma montanha! A ameaça é que ela possa desabar sobre a pequena cidade, soterrando tudo.


            Existe a fotografia e existe o olhar de quem a vê. O que descrevo é o meu olhar, e como a primeira impressão foi instantânea, certamente há muito do meu inconsciente nesse olhar. 

            Este texto constitui um bom exemplo do que chamo escrita terapêutica. De início, sei apenas que a foto é espetacular, pela impressão que me causou. Continuo a descrição e só ao final é que percebo do que se trata.

4 comentários:

  1. Foto fantástica mesmo. Uma amiga acabou de voltar da Suíça e as fotos eram igualmente surpreendentes: o contraste de uma cidade tão arrumadinha com a natureza muito próxima ao lado. Em especial uma foto, onde ela via, muito próximo, a queda de uma grande cachoeira, da sua janela de hotel.

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  2. Será que a escrita tem a mesma capacidade do sonho ou da livre associação de palavras de nos dar acesso ao nosso inconsciente? Pensei que era uma pintura hiperrealista.

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    1. Boa pergunta. O Inconsciente está sempre em funcionamento, para tudo que estiver diante de nós, até mesmo uma imagem. Mais difícil é percebê-lo, identificá-lo e interpretá-lo. Penso eu.

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  3. Independente da interpretação, a descrição é primorosa.

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