terça-feira, 27 de julho de 2021

Borba Gato incendiado

 

Funcionários fazem limpeza da estátua do Borba Gato

incendiada por manifestantes no último sábado

Eduardo Anizelli/Folhapress

 

 

Hélio Schwasrtsman pergunta: “Vale tacar fogo no Borba Gato?”; para a Folha de S. Paulo de hoje (27.jul.2021). 

Ele responde: “Qualquer que seja a razão para odiar a estátua, incendiá-la é péssima ideia." 

... “Meu furor preservacionista tem uma explicação histórica. Sempre que grupos imbuídos de certezas morais se tornam majoritários, não hesitam em apagar as marcas da ideologia anterior, causando grandes prejuízos para as artes e a historiografia. Foi o que fizeram recentemente o Taleban e o Estado Islâmico ao destruir sítios arqueológicos de culturas pré-islâmicas. Foi o que fizeram cristãos nos primeiros séculos do primeiro milênio, ao vandalizar templos e esculturas e queimar livros pagãos. Como desconfio de certezas, prefiro manter as estátuas intactas, ainda que relegadas a parques dos enjeitados ou escondidas nos porões de museus.”

 

O assunto não sai de pauta, com gente querendo derrubar (ou incendiar!) estátuas e monumentos, enquanto outros desejam preservá-los. Sou a favor de preservar a memória de um país, de um povo, de uma cultura, mesmo que isso seja discutível. Debater ideias é sempre saudável; demolir, não! Os argumentos de Schwartsman são fortes.

Não desisto de bater na mesma tecla: a leitura de Escravidão (volumes 1 e 2), de Laurentino Gomes, ajuda muito na compreensão do problema.

 

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2021/07/vale-tacar-fogo-no-borba-gato.shtml

 

Um comentário:

  1. Queimar nada constrói. E precisamos mesmo é construir uma nova consciência.

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