Na Introdução de Escravidão – Vol. II (Ed. Globo Livros, 2021), Laurentino Gomes apresenta ao leitor, como símbolo de uma atividade da qual devemos nos envergonhar até hoje, uma balança de pesar escravos, agora exposta no Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte.
“O objeto foi trazido de Salvador, na Bahia, outrora um dos maiores territórios escravistas do mundo, e ostenta as insígnias da Coroa portuguesa, indicando que teria pertencido a uma fazenda real, até hoje não identificada. Com cerca de três metros de altura, é um entre muitos outros artefatos similares, de diferentes formatos e tamanhos, que na exposição contam a história do comércio no Brasil colonial, todos usados para definir o valor da “mercadoria” a ser negociada entre compradores e vendedores: balanças de pesar bois e vacas, balanças de pesar porcos, balanças de pesar galinhas, balanças de pesar cereais, balanças de pesar farinha de mandioca, balanças de pesar queijos, balanças de precisão e balanças de ourives, destinadas a calcular quantidades de ouro em pó, pedras e outros minerais preciosos.”
Belíssima descrição do homem-mercadoria!
Louvo aqui, além do precioso conteúdo, o estilo literário de Laurentino Gomes, elegante, preciso, agradável de se ler.
E pensar que este foi o berço do "homem cordial".
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