segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Sonho que findou

 

Findo o sonho do mundial, fica o registro melancólico: se o jogo é ruim e seu time perde, difícil escrever uma crônica sobre tão infausto acontecimento. 

            Faltam jogadores ao Palmeiras com a qualidade exigida para disputa daquela  envergadura. A exceção evidente é a do goleiro, pois Weverton é hoje o melhor do Brasil. Não fosse a atuação dele o placar de ontem teria se alargado.

            A zaga do time é fraquíssima; dos laterais, salva-se o chileno Viñas, que sabe defender e atacar. Os volantes, crias da casa, são bons, mas lhes falta experiência para jogos de decisão. Dois armadores são bons, nada brilhantes. E os atacantes inexistem. Depender de um ponta de inteligência limítrofe não pode levar a bons resultados.

            Aquele que acompanhou o Palmeiras na última temporada acostumou-se com a irregularidade do time; faz um grande jogo, a torcida se empolga, e em seguida vem a derrota inexplicável, muitas vezes de virada no segundo tempo. (Quando o jogo é de decisão a coisa piora muito.)

Inexplicável? Não, faltam jogadores, falta um padrão de jogo. O novo técnico parece bom, jeitoso no trato com os comandados, bem educado. Precisa de mais tempo para trabalhar o time, além de contratações de peso, caso não se bandeie logo para a Europa. Os lusitanos estão em alta.

Resta o consolo: ganhamos a Libertadores, o que não é pouco.

Minha mulher percebeu meu abatimento depois do jogo e perguntou, Por que você, nessa idade, ainda perde tempo com futebol? Porque não se pode e nem se deve apagar a infância, respondi.

2 comentários:

  1. Boa explicação, em relação ao futebol e à infância.

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  2. Temos que cuidar de nossas relíquias da infância. Outro dia descobri que meu dedo mindinho é uma dessas. Ele não mudou quase nada. Agora o Flamengo do Zico, eu guardo bem guardadinho.

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