Aqueles menos afeitos às manhas do futebol dirão, Que jogo feio!
Feia mesmo a decisão da Libertadores da América ocorrida ontem no emblemático Maracanã entre Palmeiras e Santos. Mas só podia ser feia; esta é uma característica quase que infalível de toda decisão de campeonato ou até mesmo de Copa do Mundo, o jogo amarrado, truncado por sucessivas faltas, bruto, mas nem tão bruto que acarrete expulsão de jogadores, com predomínio das estratégias sobre o jogo aberto, franco, bonito de se ver. Antes de vencer, não se pode perder. O que conta é o resultado! Passado algum tempo, ninguém mais dirá que o jogo foi bonito ou feio, mas todos se lembrarão que o Palmeiras venceu, com todos os méritos, a Libertadores de 2020.
(Na Copa de 1970 o jogo entre Brasil e Inglaterra era um divisor de águas; quem ganhasse teria grande chance de ser campeão. Jogo duríssimo, amarrado no meio de campo, pouca criatividade, embora o jogadores fossem de alto nível, lances ríspidos – o tal jogo feio. Em dia memorável, o Brasil venceu por 1 a 0 e acabou levando o caneco! Em minha opinião, essa foi a disputa que mais bem ilustra a ‘feiura de uma decisão’.)
Na comparação individual entre os jogadores de ambas as equipes, o Palmeiras entrou em campo ontem com time mais bem qualificado. Isso pouco ou nada importa em uma decisão. Agora, a garra com que os times entram em campo, isso importa muito. Penso que o Palmeiras jogou com mais vontade de vencer. (Marinho, grande artilheiro do Santos, considerado o melhor jogador desta Libertadores e que poderia decidir a partida, sumiu em campo, bem marcado pela defesa alviverde.)
Final de campeonato é decidido quase sempre no detalhe – este é mesmo um dos jargões do futebol. O jogo de ontem entrava nos acréscimos quando o técnico do Santos, homem experiente, segurou a bola na lateral do campo, retardando a cobrança pelo adversário. Marcos Rocha, lateral do Palmeiras, reagiu, criou-se tumulto, Cuca acabou expulso, o que aparentemente tirou a concentração dos jogadores do Santos. Cobrado o lateral logo em seguida, Rony centrou com improvável perfeição a bola para a área do Santos e encontrou o mais improvável ainda Breno Lopes bem colocado, que desferiu belíssima cabeçada, encobrindo o goleiro John Victor, dando o título ao Palmeiras. Um a zero em decisão de Libertadores é goleada!
Aos afeitos às manhas do futebol, decisão é jogo de xadrez. Ontem tivemos um lindo jogo, porque meu time venceu!
Só sei de uma coisa, o melhor cronista esportivo da América Latina não merecia escrever sobre a derrota do Parmera. Vamos ver se ele recupera psra a próxima final.
ResponderExcluirGostei dessa constatação sobre a frequente feiura dos jogos de finais.
ResponderExcluirAvante Palestra!!! Que venha o Bayern...
ResponderExcluirThiago
Meu comentarista esportivo preferido.
ResponderExcluirParabéns, Verdão! Mas a respeito de jogo feio, há controvérsias. Que tal o 7 a 1 da Alemanha no Brasil?
ResponderExcluirAquele foi feio em outro sentido. Fiasco!
ExcluirOlá! Parabéns pelo blog! Muito bom! Fui seu aluno de cirurgia geral na graduação de medicina UNB turma 66. Sou colega da Cecília. Vou continuar acompanhando seu ótimo blog! Me chamo, Robson marciano.
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