O então presidente dos EUA Barack Obama cumprimenta 
Louise Glück, ao entregar a ela a National Humanities Medal 
na Casa Branca em 22 de setembro de 2016
Foto: AP Photo/Carolyn Kaster, File
Louise Glück é a Prêmio Nobel de Literatura em 2020. A reportgem é de Guilherme Sobota, para O Estado de S. Paulo (8 out 2020).
Sua obra é inédita em livro no Brasil. “A escritora foi escolhida "por sua voz poética inconfundível que, com beleza austera, faz universal a existência individual". 
“Glück nasceu em 1943 em Nova York, e atualmente vive em Cambridge, Massachusetts. Além de escritora, ela é professora na Yale University, em Connecticut. Ela estreou na poesia em 1968 com o livro Firstborn, e entre outros prêmios importantes também levou o Pulitzer, pelo livro The Wild Iris, em 1993, e o National Book Award, em 2014. Dois anos depois, ela recebeu a National Humanities Medal do então presidente dos EUA, Barack Obama. 
Louise Glück publicou doze coleções de poesia e alguns volumes de ensaios sobre o assunto. De acordo com a Academia Sueca, seu trabalho é caracterizado por uma busca pela clareza. Entre seus temas, estão a infância, a vida em família, e os sonhos e ilusões são alguns de seus processos na escrita.” 
“O poeta, tradutor, músico e professor Pedro Gonzaga publicou em 2017 e 2018, no blog Estado da Arte, algumas traduções de seus poemas.
O dilema de Telêmaco
Nunca consigo decidir 
o que escrever 
nas lápides de meus pais. Sei 
o que ele quer: ele quer 
amado, o que por certo 
vai direto ao ponto, particularmente 
se contarmos todas 
as mulheres. Mas 
isso deixa minha mãe 
a descoberto. Ela me diz 
que isto não lhe importa 
para nada; ela prefere 
ser representada por 
suas próprias conquistas. Parece 
pura falta de tato lembrar aos dois 
que alguém não 
honra aos mortos perpetuando 
suas vaidades, suas 
projeções sobre si mesmos. 
Meu próprio gosto dita 
precisão sem 
tagarelice; eles são 
meus pais, consequentemente 
eu os vejo juntos, 
às vezes inclinado a 
marido e mulher, outras a 
forças opostas. 
Parábola da fera
O gato anda em círculos na cozinha 
com o passarinho morto, 
sua nova possessão. 
Alguém deveria discutir 
ética com o gato enquanto ele 
perscruta o débil passarinho: 
nesta casa 
nós não exercemos 
a força deste jeito. 
Diga isso ao animal, 
seus dentes já 
fundos na carne de outro animal.
 

 
 
Desta vez, ao que parece, sem polêmicas quanto à premiação de Literatura.
ResponderExcluirO poema "Parábola da fera" é mais interessante.