terça-feira, 1 de setembro de 2020

Insônia

Sopro frio pela fresta da janela.

Noite de inverno.

Escorrem pálidos pensamentos na parede do quarto.

Um pássaro sombrio resmunga perto, gutural.

Para além, severo silêncio.

A boca, precária, cala.

Hálito morno isento de palavras.

Paralíticas mãos.

Gesto nenhum, por inútil.

Mínima alma impotente. 

Neste momento haverá um mendigo a morrer de frio

[em alguma esquina.

Como adormecer o desalento?


                                               Paulo Sergio Viana

 

 https://blogdopaulosergioviana.blogspot.com/2020/08/insonia.html?showComment=1598965655562#c2427171526392860518

 

 

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