quinta-feira, 20 de agosto de 2020

o amolador


o som agudo da flauta

invade a casa

os cães latem

 

outra vez a flauta do amolador de facas

chega aos meus ouvidos

a me lembrar que a vida continua

 

a despeito das máscaras

do isolamento

do perigo da faca amolada

 

no ar a ameaça permanente

da foice amolada

a flauta em silêncio

 


3 comentários:

  1. Tempos difíceis em que um silêncio incomoda mais que flauta de amolador de facas. Ótima percepção.

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  2. Faca-som foice silêncio, gostei da representação e da musicalidade.

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  3. Muito bom. Destaque para o último terceto, em que a foice amolada afinal desvela a intenção do poema. Isso é Poesia, sim!

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