sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Crimes imperceptíveis



“Agora que se passaram os anos e tudo foi esquecido, agora que recebi da Escócia um e-mail lacônico com a triste notícia da morte de Seldom, acho que posso quebrar a promessa, que, em todo caso, ele nunca me pediu que fizesse, e contar a verdade sobre os acontecimentos que no verão de 1993 apareceram nos jornais ingleses em manchetes que oscilavam entre macabras e sensacionalistas, mas às quais Seldom e eu sempre nos referíamos, talvez pela conotação matemática, simplesmente como a série, ou a série de Oxford.”

 

            Assim tem início o romance do argentino Guillermo Martínez (1962), Doutor em Matemática, que há muitos anos me fascinou com o espetacular Acerca de Roderer, publicado em 1992.   

            Agora, a referida introdução, escrita de um só folego em extenso parágrafo, bem ao gosto do Tobias, conhecido dos leitores deste blog por sua Oficina, e também do meu gosto, agora o livro chama-se Crimes imperceptíveis (Editora Planeta, 2004).

            A escrita é cuidadosa, quase formal, e é ela que me animou chegar ao fim do livro. O enredo não chega a empolgar, com momentos interessantes. Para os apreciadores do romance policial, é obra razoável. Não há um Espinosa para nos deleitar – saudade de Garcia-Rosa! 

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