quinta-feira, 2 de julho de 2020

Máximas de Brás Cubas





Memórias Póstumas de Brás Cubas é um livro delicioso. Relê-lo quantas vezes o fizermos, o prazer será o mesmo.              Às tantas, surge o CXIX Capítulo, nomeado Parêntesis, contendo seis máximas do defunto autor.
Aqui vão reproduzidas as máximas de Brás Cubas, a que ele chamou de “bocejos de enfado”:

Suporta-se com paciência a cólica do próximo.


Matamos o tempo; o tempo nos enterra.


Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.


Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.


Não se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é de um joalheiro.


Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.


            Reli o Memórias Póstumas em belíssima edição da editora Antofágica, 2019, com ilustrações de Candido Portinari.

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