Memórias Póstumas de Brás Cubas é um livro delicioso. Relê-lo quantas vezes o fizermos, o prazer será o mesmo. Às tantas, surge o CXIX Capítulo, nomeado Parêntesis, contendo seis máximas do defunto autor.
Aqui vão reproduzidas as máximas de Brás Cubas, a que ele chamou de “bocejos de enfado”:
Suporta-se com paciência a cólica do próximo.
Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.
Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.
Não se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é de um joalheiro.
Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.
Reli o Memórias Póstumas em belíssima edição da editora Antofágica, 2019, com ilustrações de Candido Portinari.
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