Meu caro André,
desculpe a intimidade, chamando-o pelo nome, mas depois que Suzete me indicou seu blog – que bom nome, Louco por cachorros! –, vasculhei-o, li tudo o que o tempo me permitiu, gostei muito, especialmente as sessões literárias e de fotografia, que aprecio bastante, e já o tenho como amigo, embora nem o conheça pessoalmente. Sei que mora em Brasília, em algum momento espero poder visitá-lo.
Observei também que você fala pouco de política, dessa politica partidária baixa, da politicagem que assola o Brasil; mesmo assim registro o “marcador” Política sem palavras, com imagens engraçadas ou até ridículas. Você trata da grande Política, coisa que nos interessa a todos nós, queiramos ou não.
Jornalista de profissão, não tenho o direito de fazer tal discriminação; falo de tudo, preocupado em informar. Só não falo de fake news, do jornalismo marrom, sensacionalista, barato. De modo que, com sua permissão, vez em quando vou falar do que penso ser importante, às vezes mesmo que seja inconveniente. O que você censurar, estará censurado, o blog é seu. Sem ressentimentos.
Porém, posso explorar aqueles gostos que temos em comum, por exemplo o gosto por listas. (Apreciei deveras a lista dos nomes populares da formiga bunda-de-ouro!)
http://loucoporcachorros.blogspot.com/2020/05/formiga-bunda-de-ouro.html
http://loucoporcachorros.blogspot.com/2020/05/formiga-bunda-de-ouro.html
O presidente da república é um NÉSCIO.
Significados da palavra néscio:
1. aquele que é desprovido de conhecimento(s), de discernimento; estúpido, ignorante.
2. aquele que não tem aptidão ou competência; incapaz, inepto.
Etimologia:
Do Latim, NESCIUS, “ignorante, aquele que não sabe”, de NE SCIRE, “não saber, não aprender”.
A lista:
burro estulto estúpido idiota ignorante imbecil inepto lerdaço palerma parvo pedra raso limitado peco inocente estólido mentecapto tolaz bronco asselvajado avilanado boçal bruto ignorante inculto labrego lapuz lorpa obtuso panaca patego peco primitivo provinciano rude rústico sáfaro sáfio saloio simples simplório xucro caipira malcriado tolo jumento besta.
Interessante notar que a todas essas palavras pode ser acrescentado o adjetivo mesmo, o que produz efeito inesperado e de muita ênfase. Exemplos: burro mesmo, estúpido mesmo, jumento mesmo, e assim por diante, e esta seria uma outra lista!
Independentemente do uso das palavras, do destino que a elas podemos dar, observo que também temos em comum, André, o gosto pelas palavras. Adoro a palavra lorpa! Não é mesmo linda e engraçada? Ainda, lerdaço.
Em outros casos, faz-se injustiça com o primitivo e original significado da palavra: burro, jumento, são animais adoráveis, cujos nomes não mereciam aplicar-se ao presidente. Fazer o quê, se não somos donos das palavras nem dos destinos delas. Porém, às vezes a palavra ganha em importância e grandeza: um presidente pedra! Ou: um presidente raso!
Caso o presidente venha a ler esta carta – a República está cheia desses tortuosos labirintos e as notícias voam –, espero que não se ofenda, são palavras, nada mais que palavras...
Bem, alonga-se esta minha epístola; foi um primeiro contato, que espero se prolongue. Desde já, você está autorizadíssimo (noto que ambos gostamos de um superlativo de vez em quando) a publicá-la no blog, caso a considere digna dessa honra.
Com meus mais efusivos sentimentos de amizade, despeço-me.
Do seu,
Ramos.
Elegantíssimo, o Ramos! Deve ser amigo também do craque Sergio Rodrigues, da Folha... Engraçado que ele quase não comentou sobre a Suzete.
ResponderExcluir