Luiz Alfredo Garcia-Roza em 2016, em Copacabana,
bairro onde se passa a maioria de seus livros
Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Morre, aos 84 anos, o mestre da literatura policial Luiz Alfredo Garcia-Roza, que popularizou o personagem do detetive Espinosa (O Globo, 16/04/2020).
Garcia-Roza foi professor de Psicologia e Psicanálise, tendo deixado importantíssima literatura sobre estas especialidades. Um intelectual, humanista, tarde na vida, já com 60 anos de idade, resolveu escrever ficção, gesto de coragem, liberdade de pensamento e independência intelectual, fazendo enorme sucesso. (A certa altura ele afirmou que se cansou da academia.) O silêncio da chuva ganhou o Jabuti, na categoria romance.
Garcia-Roza escreveu 12 romances, todos pela Companhia das Letras. Alguns dos mais conhecidos são "Achados e perdidos" (1998), "Uma janela em Copacabana" (2001), "Espinosa sem saída" (2006), "Céu de origamis" (2009), "Um lugar perigoso" (2014).
Seus romances desencadearam grande popularidade de Espinosa: detetive culto, leitor compulsivo, metódico ao extremo – quem não se lembra dos livros empilhados na parede da sala? – sempre perambulando pelas ruas de Copacabana.
Eu e minha filha Cecília nos tornamos fãs de Espinosa, e hoje choramos a morte de seu criador.
O nome do detetive dá vontade de encomendar sua alma ao Deus de Espinosa.
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