Foto:Folhapress
De modo geral, as visitas em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) são restritas a cerca de duas horas diárias, o que pode causar impacto na saúde de quem não está doente, ou seja, nos familiares. O estudo em questão resolveu testar os efeitos da ampliação do tempo de visita dos familiares para 12 horas por dia. A reportagem é de Paula Sperb para a Folha de S. Paulo (22.jul.2019).
“Resultado: a mudança reduziu em 50% os sintomas de ansiedade e depressão que os parentes desenvolvem no período em que alguém da família está na UTI sem aumentar o risco de infecções para os pacientes.”
“É tão efetivo quanto um antidepressivo, mas sem os efeitos adversos. Sabe-se que aproximadamente a metade dos familiares desenvolve níveis patológicos de depressão. Ter uma estratégia para reduzi-los é muito importante”, explica o médico pesquisador Regis Goulart Rosa, que coordenou a pesquisa UTI Visitas, publicada na edição mais recente do Jornal da Associação Americana de Medicina (Jama).”
“O estudo foi conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde, e realizado em 36 UTIs de hospitais públicos e filantrópicos do Brasil. Em São Paulo, o estudo foi feito no HCor (Hospital do Coração) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. No total, 1.685 pacientes e 1.295 familiares participaram do estudo.
O tempo reduzido de visitas à UTI advém da ideia de que o contato com mais pessoas por mais horas resulta em maior risco de infecções aos pacientes e maior estresse para as equipes médicas. O estudo, porém, desmente o risco ampliado de infecções e conseguiu minimizar a possível sobrecarga dos profissionais educando os familiares sobre o funcionamento de uma UTI. Acompanhantes receberam as devidas instruções e aprenderam sobre o que faz cada profissional, como enfermeiros intensivistas, médicos e técnicos de enfermagem.
O estudo avaliou ainda se a presença prolongada dos visitantes poderia diminuir a confusão mental dos pacientes, mas os resultados mostraram não houve diferença.
Pareceu-me ótima iniciativa; talvez haja necessidade de novos estudos, em diferentes instituições, para uma conclusão definitiva.
Bom senso, bom senso...
ResponderExcluir