sábado, 29 de junho de 2019

João é um menino esperto

Aos amigos Paulo e Flávia



João é um menino esperto de 4 anos, que por influência paterna torce para o Flamengo.
            Com esta idade já escreve seu nome completo com letra caprichada e arrisca copiar uma ou outra palavra que encontra em jornais e revistas. Destaca-se no maternal pela permanente alegria e bom relacionamento com os coleguinhas. João é querido pelas professoras.
Qual não foi a surpresa do pai, quando o filho lhe entrega folha de papel escrita a lápis, de cima a baixo, com alguma coisa legível, outras nem tanto.  
            – Que lindo, João! Leia para mim o que está escrito.
            Ao que o menino responde incontinente:
            – Eu sei escrever, não ser ler. 
            Agora o susto do pai não tem mais tamanho. Como assim? Sabe escrever mas não sabe ler? E João emenda com autoridade:
            – Leia para mim, pai.
            Definitivamente embasbacado, o pai não sabe o que responder. Não deseja decepcionar o filho, orgulhoso daquela façanha. Mas não pode ler o que está “escrito”, se é que há alguma coisa escrita naquela folha de papel, pensa ele.
            Inteligente e sensível, João percebe o embaraço do pai.
            – Não tem importância, pai, minha mãe lê para mim.
            João entrega a folha para a mãe, que “lê” sem qualquer dificuldade a história escrita pelo filho, para a alegria do menino e desespero do pai, praticamente um analfabeto.
            O pior: quando perguntado sobre sua cor preferida, João responde:
            – Verde!

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