É muito bom quando a gente encontra um livro meio por acaso numa prateleira qualquer de uma livraria falida, de autor desconhecido para quem garimpa, ainda mais um gringo de nome esquisito, mas ao ler o primeiro parágrafo o leitor se encanta e compra o livro e o devora em poucos dias e confirma a impressão inicial, uma obra prima. Isso é bom demais.
Aconteceu comigo, e o livro chama-se Trilha sonora para o fim dos tempos, de Anthony Marra, Editora Intrínseca, 2018. Vale a pena citar o título original: The Tsar of Love and Techno, com tradução de Sergio Flaksman. (Pensando bem, o título em português soa melhor.)
A catalogação classifica o livro como “conto americano”. O autor o divide em Lado A, Intervalo e Lado B, contendo ao todo 9 capítulos, que em meu ponto de vista formam um romance. Um ótimo romance!
Marra herdou dos russos a arte de compor personagens! Como eles vão reaparecendo no desenrolar dos capítulos, nos invernos tenebrosos dos confins da Rússia, o leitor pode fazer uma boa ideia sobre a vida difícil sob o duro regime comunista da época de Stálin até os tempos atuais. (O autor viveu por uns tempos no Leste Europeu.)
O que me impressionou mesmo foi a qualidade literária de Marra, estilo moderno, marcante, porém elegante, sem apelações, texto certamente valorizado por uma boa tradução.
A capa é muito bonita e a ilustração, uma bailarina, pertence à coleção da webdesignerJane McDevitt.
Anthony Marra foi eleito pela revista Granta (vale a pena colecionar esta revista!) um dos mais promissores autores norte-americanos da década. Foi finalista do National Book Critics Award em 2015, ganhou vários outros prêmios desde então. Atualmente é professor na Universidade de Stanford.
Impressionado com Anthony Marra, já encomendei outro livro do autor, Uma constelação de fenômenos vitais. Veremos.
Bom comentário do livro, estimula a leitura e o autor é bom em nomear seus livros.
ResponderExcluirUm livro e uma bailarina parece uma ótima combinação.
ResponderExcluirDá vontade!
ResponderExcluirMas a propósito da tradução do título: não ficou livre demais?