domingo, 25 de março de 2018

Começa a Copa do Mundo



             Inspirado em Gabriel Garcia Marques, ouso dizer que o mundo está dividido entre os que adoram futebol e aqueles que o odeiam. Para alegria dos fãs e tristeza dos que torcem o nariz para o esporte, a Copa da Rússia começou. Começou ontem, com o amistoso entre Brasil e Rússia, no estádio onde os jogos serão abertos e encerrados.
            (Certa vez ouvi de um inglês pernóstico – perdoem-me o pleonasmo – que futebol é jogo da plebe, que jogo mesmo é o golfe. Não é esta a opinião da metade da população do planeta, que espera ansiosamente pelo início de mais uma Copa do Mundo.)
            Que amistoso que nada! Ambos os técnicos afiaram suas armas, colocaram em campo a melhor tática possível, dispostos a vencer o jogo a qualquer custo – a verdadeira abertura da Copa. Não havia grandes estrelas em campo: Neymar no estaleiro, a Rússia com dois craques machucados, indicando que o jogo poderia ser decidido pela estratégia.
            Não deu outra. Os russos colocaram cinco beques em linha, na entrada da grande área. À frente deles, mais três. Os que restaram, deviam voltar para ajudar a defesa. Verdadeiro “ferrolho suíço”, para os que se lembram desta antiga expressão.
            O escrete (outra expressão em completo desuso) enfrentou os russos, corajosamente, com cinco atacantes.
            Primeiro tampo: 0 a 0. Jogo duro, a Rússia chegou a perder um gol feito (interessante expressão: pois se estava feito, como foi perdido?), o que poderia ter mudado a feição do jogo.
            Segundo tempo: 3 a 0. Ninguém joga o tempo todo na defesa sem cansar e acaba por perder o jogo.
            Venceu, pois, a disposição tática. Tite ganhou!
            Torço para que isso se repita durante a Copa, enquanto nosso país se derrete em meio à corrupção desenfreada, incompetência política e desmandos do judiciário.

Foto: Sergei Karpukhin / Reuters

Um comentário:

  1. Para o louco, futebol é coisa séria. Para pernósticos, coisa da plebe. Para psicólogos, uma luta pelo poder. Para sociólogos, exercício de conquista grupal. Para o poeta, pura paixão.
    Cada cabeça, uma sentença.

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