Deu em O Estado de S.Paulo de hoje (27
Fev 2018), reportagem de Carla Araújo e Tânia Monteiro.
“Em seu discurso de posse como
ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann criticou o comportamento da classe média que,
segundo ele, apesar de reclamar da insegurança, é usuária de drogas que
financiam o crime”.
Disse o ministro: "Me
impressiona o exemplo do Rio, durante o dia [pessoas] clamarem contra a
violência, contra o crime, e à noite financiarem esse mesmo crime através do
consumo de drogas.”
Esta é uma verdade há muito conhecida
de todos nós. Não houvesse consumidor, não haveria traficante. Espero alguma
repercussão da fala de ontem do ministro na mídia, nas redes sociais, mas até
agora nada encontrei. Seria interessante ouvir o que pensa sobre isso a tal Classe
Média, se ela puder tirar a carapuça e falar.
Reconheço que o problema é complexo e
de ordem mundial, mais um motivo para que seja ventilado abertamente pelos
consumidores de drogas.
Quanto ao abuso do álcool (droga lícita!?),
é interessante notar o realismo às vezes agressivo das campanhas contra a
bebida e direção. Por causa dos acidentes produzidos pelos veículos,
verdadeiras armas de matar, o enfoque sempre é Se beber não dirija. Tudo bem,
dirigir bêbado não pode, mas ficar bêbado e não dirigir, isso pode?
As consequências sociais do
alcoolismo são devastadoras em todo mundo. No entanto, parece que a sociedade
vira as costas para o problema, e o mesmo ela faz com o uso das drogas ditas
ilícitas. Em consequência, vida longa aos traficantes.
O ministro (mestre em discursos
vazios, em minha opinião) desta vez botou o dedo na ferida.
Mas não adianta falar que a culpa é da classe média. Enquanto usar droga for crime, não se consegue combater. Já pensou se fumar tabaco fosse crime? Quanto tráfico haveria! Descriminalizado, pôde-se fazer campanha e reduzir o consumo conscientizando a população dos riscos. Mesma coisa com o álcool. Descriminalizar não acaba com o consumo de droga, mas talvez reduza o tráfico.
ResponderExcluir