Crianças de time
misto de árabes e judeus se abraçam em competição da ONG Gol da
Igualdade em Jerusalém.
Daniela Kresc, para a Folha (22/01/20180),
publicou: “O frio de janeiro não abala as 200 crianças de 10 a 12 anos, de 12
escolas da região, que querem jogar bola e, quem sabe, levantar o troféu de
campeão no final do dia.”
O campeonato foi promovido pela
ONG israelense "Gol da Igualdade", que trabalha com crianças de baixa
renda para difundir valores de respeito e tolerância por meio do futebol, além
de melhorar a convivência entre árabes e judeus numa cidade virtualmente
dividida.
A ONG criou times mistos, compostos
de crianças árabes e judias no campeonato de 18 de janeiro. "Não importa
com quem jogamos, o importante é jogar!", disse à Folha o atacante
Muhammad Anan, 11, do bairro árabe de Bait Safafa, de Jerusalém Oriental. "Às vezes, quando tomamos um gol, a gente
briga. Mas isso é normal no futebol."
A língua é uma barreira. "No
começo não gostei da ideia porque pensei que ia ser difícil", corroborou o
goleiro Eliá Ben Gur, 11. "Mas agora está legal. Podemos ser amigos. Se
eles soubessem um pouco de hebraico, seria melhor". (Grifo meu.)
Afirma Kresc: “Em Jerusalém, 34% da população de 900 mil
pessoas é formada por palestinos que, em geral, moram na parte oriental da
cidade, anexada por Israel em 1967. A grande maioria tem status de
"residente permanente". Não são cidadãos israelenses, mas gozam de
educação e seguro de saúde gratuitos e podem trabalhar e circular livremente
por Israel.
Apesar dessa convivência
geográfica, a maioria das crianças árabes estuda em escolas com currículo
palestino, nas quais o hebraico não é ensinado. A maioria das crianças judias
tampouco aprende árabe, disciplina obrigatória só a partir do secundário.”
(Nunca
deixo de considerar que o elemento que mantem único esse enorme Brasil, com
costumes tão diversos, é a "Última Flor do Lácio"!)
Segundo o
brasileiro Gabriel Holzhacker, "gol", no entanto, é uma palavra
universal. Foi ele quem teve a ideia de formar equipes mistas em Jerusalém.
O educador Shadi Jaber, diretor
da ONG "Abrindo o futuro", em Jerusalém Oriental, concorda: "As
crianças judias e árabes não têm muita oportunidade de se encontrar, no dia a
dia, em Jerusalém. As novas gerações precisam se conhecer enquanto pessoas, não
como 'soldados' versus 'jogadores de pedras'. No bairro onde moro, as crianças
nunca entrariam em contato com israelenses se não fosse a 'Gol da Igualdade'.
Hoje, elas contam os dias para as competições"
O governo de Israel tem muito a
aprender com essas crianças, para deixar de bombardeá-las nos territórios palestinos.
Foto: Daniela Feldman/ Folhapress
Que maravilha! Vou tentar transpor isso para a esperantaretradio !
ResponderExcluirQue bom que o Louco , vez em quando, colabora!
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