terça-feira, 20 de junho de 2017

Molécula da vida



A partir de observações feitas pelo Alma, o maior radiotelescópio do mundo, dois grupos internacionais de cientistas detectaram mais uma vez, no espaço, moléculas pré-bióticas – um dos ingredientes necessários para a existência de vida. Dessa vez, os astrônomos descobriram o composto orgânico  isocianato de metila, em imensas nuvens de poeira que encobrem um sistema de estrelas recém-formado, a uma distância de 400 anos-luz da Terra.”
            A reportagem é de Fábio de Castro, para O Estado de S. Paulo (20 Junho 2017). A descoberta é importante para o entendimento de como surgiu a vida na Terra. 
A estrutura do isocianato de metila é semelhante às ligações peptídicas, que fazem com que os aminoácidos se mantenham unidos em uma proteína. “Essa família de moléculas orgânicas está envolvida na síntese de peptídeos e aminoácidos, que, na forma de proteínas, são a base biológica para a vida como conhecemos”, disse um dos autores dos estudos, Niels Ligterink, do Observatório de Leiden (Holanda).”
            Afirma o repórter: “O Alma já havia detectado outras moléculas orgânicas no espaço, como açúcares e metanol, mas os novos estudos, publicados na revista Notices of the Royal Astronomical Society, sugerem que moléculas orgânicas complexas podem surgir muito cedo durante a evolução de estrelas semelhantes ao Sol.”
O Alma fica localizado no deserto do Atacama, no Chile, foi projetado para “enxergar o invisível”, ou aquilo que os astrônomos chamam de “Universo frio”: “fraquíssimas radiações lançadas ao espaço pelos objetos astronômicos que não emitem, nem refletem luz, como a poeira espacial.” 

Foto: Ariel Marinkovic / EFE




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