Alunos em escola de Sobral,
no interior do Ceará
Foto: Eduardo Anizelli / Folhapress
Vamos falar do óbvio em Educação, porque às vezes é
preciso falar do óbvio. É do que trata a reportagem de Érica Fraga e Ana Estela de Sousa Pinto, para a Folha de S. Paulo deste
domingo (12/11/2017),
intitulada Treinar professor para
diminuir bagunça na sala melhora aprendizado.
“Uma pesquisa
que acaba de ser concluída pelo Banco Mundial mostra que treinar os professores
para interagir mais com os alunos e reduzir a indisciplina em sala de aula pode
ter forte impacto na aprendizagem no Brasil.
Em um
piloto testado em 2015 no Ceará, coordenadores pedagógicos receberam técnicas –
que repassavam aos docentes – para gerir melhor o tempo e aumentar a
concentração dos alunos. O Gestão na Sala de Aula foi desenhado pelo Banco
Mundial, Fundação Lemann e Elos Educacional.”
Os resultados obtidos foram comparados
com os de alunos de estabelecimentos com características parecidas que não
participaram do projeto.
“Segundo os pesquisadores Barbara Bruns,
Leandro Costa e Nina Cunha, do Banco Mundial, as notas de matemática dos alunos
das escolas que implementaram a intervenção aumentaram, em média, 4 pontos em
relação às dos demais estudantes na avaliação educacional do Ceará (Spaece). O
ganho equivale a aproximadamente um terço da aprendizagem adquirida em um ano
letivo normal.”
Em português, houve aumento de 2 pontos.
As duas disciplinas apresentaram
melhores notas também do Enem.
Eliete Costa, coordenadora pedagógica
da escola Liceu do Conjunto Ceará afirmou: "Nunca a secretaria tinha
oferecido algo tão importante para a gente. Não foi teórico, eram instruções
práticas". (Olha o óbvio aí!)
O projeto envolveu a observação de
aulas para identificar problemas e, depois, registrar mudanças. As melhores
práticas dos professores de cada escola foram compartilhadas com os demais.
A reportagem assinala ainda que o Brasil
tem alto nível de
indisciplina escolar, e que metade dos docentes do país declara
perder muito tempo com interrupções de alunos, “o percentual mais alto entre 34
nações ricas e emergentes, segundo a OCDE”.
Após o projeto testado no Ceará, a
distração dos alunos com conversas paralelas e uso de celular caiu de 19% para
16% do tempo de aula. O efeito colateral dessas mudanças foi o aumento da
aprendizagem.
O óbvio a
que me referi no título desta crônica: menos bagunça, mais aprendizado.
Parece
que o uso do celular em sala de aula veio para ficar. Se for “bom uso”, em
consonância com o que está sendo discutido na aula, tudo bem. Mas e se for “bagunça”?
E se for pura distração?
Sei não...
Imagine se a maioria dos alunos vai usar celular para aprender o que está na aula!. Vão ficar brincando!...
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