domingo, 12 de novembro de 2017

Óbvio em Educação



Alunos em escola de Sobral, no interior do Ceará
Foto: Eduardo Anizelli / Folhapress


            Vamos falar do óbvio em Educação, porque às vezes é preciso falar do óbvio. É do que trata a reportagem de Érica Fraga e Ana Estela de Sousa Pinto, para a Folha de S. Paulo deste domingo (12/11/2017), intitulada Treinar professor para diminuir bagunça na sala melhora aprendizado.
            Vejamos o que dizem as repórteres:

“Uma pesquisa que acaba de ser concluída pelo Banco Mundial mostra que treinar os professores para interagir mais com os alunos e reduzir a indisciplina em sala de aula pode ter forte impacto na aprendizagem no Brasil.
Em um piloto testado em 2015 no Ceará, coordenadores pedagógicos receberam técnicas – que repassavam aos docentes – para gerir melhor o tempo e aumentar a concentração dos alunos. O Gestão na Sala de Aula foi desenhado pelo Banco Mundial, Fundação Lemann e Elos Educacional.”

Os resultados obtidos foram comparados com os de alunos de estabelecimentos com características parecidas que não participaram do projeto.
“Segundo os pesquisadores Barbara Bruns, Leandro Costa e Nina Cunha, do Banco Mundial, as notas de matemática dos alunos das escolas que implementaram a intervenção aumentaram, em média, 4 pontos em relação às dos demais estudantes na avaliação educacional do Ceará (Spaece). O ganho equivale a aproximadamente um terço da aprendizagem adquirida em um ano letivo normal.”
Em português, houve aumento de 2 pontos.
As duas disciplinas apresentaram melhores notas também do Enem.

Eliete Costa, coordenadora pedagógica da escola Liceu do Conjunto Ceará afirmou: "Nunca a secretaria tinha oferecido algo tão importante para a gente. Não foi teórico, eram instruções práticas". (Olha o óbvio aí!)
O projeto envolveu a observação de aulas para identificar problemas e, depois, registrar mudanças. As melhores práticas dos professores de cada escola foram compartilhadas com os demais.
A reportagem assinala ainda que o Brasil tem alto nível de indisciplina escolar, e que metade dos docentes do país declara perder muito tempo com interrupções de alunos, “o percentual mais alto entre 34 nações ricas e emergentes, segundo a OCDE”.
Após o projeto testado no Ceará, a distração dos alunos com conversas paralelas e uso de celular caiu de 19% para 16% do tempo de aula. O efeito colateral dessas mudanças foi o aumento da aprendizagem.

            O óbvio a que me referi no título desta crônica: menos bagunça, mais aprendizado.
            Parece que o uso do celular em sala de aula veio para ficar. Se for “bom uso”, em consonância com o que está sendo discutido na aula, tudo bem. Mas e se for “bagunça”? E se for pura distração?
Sei não...





Um comentário:

  1. Imagine se a maioria dos alunos vai usar celular para aprender o que está na aula!. Vão ficar brincando!...

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