terça-feira, 25 de julho de 2017

presença do pai


almoço servido às onze
em ponto e ai do filho
se não estivesse à mesa
às onze em ponto
mãos lavadas roupa limpa
à espera do arroz fumegante
do feijão fumegante
exigências do pai
à cabeceira da mesa
a comandar todas as coisas

ainda hoje quando destampo
a panela do arroz fumegante
sinto a presença forte
do meu pai tentando
comandar a hora do almoço
a comida bem quente
e todas as coisas

6 comentários:

  1. será que isto é que é vida após a morte, Andre?

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  2. Freud aventou esta hipótese. Às vezes a presença do ente querido nos é tão forte, que acreditamos que ele continua a existir.

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  3. Os mortos à nossa volta... Estão vivos, pode crer.

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    1. O nosso Anônimo assim explica a "presença" dos mortos, se é que bem entendi.

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