Em seu espaço
no Estadão, Falando de Música, Leandro Oliveira publica cônica com o sugestivo
título – “Patricia Kopatchinskaja ataca
novamente; ou, as vicissitudes da crítica” (13/4/2017).
Antes de mais nada, ele pede que os
leitores “Ouçam e vejam atentamente esta performance.”
E pergunta: “É boa ou não?”
E Leandro completa: “Essa performance
foi recebida por alguns como a de um clown;
para outros, a de um gênio.”
Só posso utilizar-me de meus parcos
conhecimentos sobre música erudita para arriscar qualquer comentário neste
blog. O dilema reside entre escolher interpretações fieis à partitura ou
aquelas em que o intérprete acrescenta algo de seu; se ele exagera, a ponto de
distorcer a composição original, então é passível de crítica.
Em meu ponto de vista, estamos diante
de um gênio!
Patricia Kopatchinskaja nasceu num pequeno país chamado República da
Moldávia (que já foi parte da União Soviética e faz fronteira com a Ucrânia e
com a Romênia) em 1977, e sua atuação musical lembra muitas vezes as suas
origens. A música folclórica de sua terra natal lembra as músicas romena e
húngara.
Leandro, grande conhecedor da música
erudita, compositor, regente, professor, afirma:
“O ouvido
da crítica se organiza entre duas verdades: a do “texto” e a da “performance”.
São estas, fundamentalmente, as variáveis em jogo na avaliação de uma
apresentação ao vivo de música clássica. O texto responde, com muitas
contradições internas e referências abertas, ao que podemos supor ser a
intenção do autor; a performance, por sua vez, responde à parte não desprezível
mas absolutamente única que é a personalidade do músico executante (que, na
música clássica, é também um intérprete). As duas verdades que dividem os
ouvidos críticos são, portanto: a fidelidade ao texto – portador da Mensagem,
com “M” maiúsculo – e a espontaneidade do intérprete; é entre a sinceridade e a
autenticidade que pendem nossos corações românticos, e as mentes da crítica se
esforçam para balancear essa equação.”
Leandro propõe ainda ao leitor que ouça outra performance de Patricia Kopatchinskaja, além
de Anne Sophie
Mutter e Maxim Vengerov.
Como gosto de afirmar, reafirmar, repetir ad nausean, tudo na vida é questão de educação. É isso que propõe Leandro
Oliveira em suas crônicas Falando de Música.
Foto: Telegraph
Que presente o louco nos deu! Maravilha! Que ótima experiência é comparar interpretações musicais!
ResponderExcluirNa minha santa deseducação, não chego a entender a dúvida. Para mim a Patrícia da Moldávia e dos pés descalços só pode ser um supergênio. Parece um Lang Lang do violino...
Mas, ainda na minha santa deseducação, a última interpretação, do Vengerov de olhos fechados, é a melhor de todas.