sábado, 11 de fevereiro de 2017

O blogueiro escreve aos amigos


Queridos  Suzete e Alberto,

como é público e notório, a correspondência entre vocês está sendo publicada neste blog e fazendo grande sucesso! Intrometo-me nessa conversa, amigo que sou de ambos e admirador do que escrevem.
            Suzete, fiquei impressionado com sua experiência em Vitória, no Espírito Santo, “entidade” esta que também não conseguiu proteger o povo de lá do que você chama, com muita propriedade, de barbárie, na carta endereçada a Alberto. Também gostei que tivesse chamado o triste episódio (que ainda se desenrola, as mortes já passam de uma centena) de “inferno”.
            Vocês sabem o quanto aprecio os escritos de Hélio Schwartsman, publicados em O Estado de São Paulo. As crônicas reunidas em livro são igualmente preciosas. Pois eu aguardava com ansiedade os comentários dele sobre o inferno de Vitória, que surgiram hoje no jornal (10/2/2017), e que transcrevo aqui um trecho:

“A greve da PM no Espírito Santo, que vive dias de pavor, com alta nos assassinatos, saques e a interrupção do comércio e de vários serviços, escancara quão vital é a polícia para a sociedade.
Como mostrou Steven Pinker, o maior passo civilizatório da humanidade foi dado quando o Estado criou suas forças policiais, reservando para si o monopólio do uso legítimo da violência. Foi a partir daí que as altas taxas de homicídio verificadas ao longo da história experimentaram significativas reduções. O segundo passo mais importante, que ainda não fomos capazes de dar no Brasil, é conseguir controlar as polícias, mas essa é outra história.”

            Concordo com o que ele escreve, mas achei pouco. A carta de Suzete é bem mais interessante. Donde se conclui que Suzete pode muito bem tornar-se articulista do Estadão! Schwartsman que se cuide!
            Para compreender melhor este estado de coisas, esta barbárie, vale a pena ler Mary Del Priore, em seu Histórias da Gente Brasileira – Império (Leya, 2016). Como era atrasado o nosso Brasil no não tão longínquo assim século XIX. De fazer pena! Precária a educação desde o Império até nossos dias, pouca coisa mudou. Há um verniz de educação que se desfaz ao menor arranhão.
            Bem, por ora é só; meu desejo era apenas poder entrar na conversa de vocês, caros amigos. Quem sabe recebo eu também uma cartinha?
            Do admirador e amigo,

                                                                                    André.



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