É preciso festejar o lançamento da
edição crítica e comemorativa dos 80 anos de Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda!
A
Companhia das Letras caprichou na edição: capa dura, revestida de tecido, com a
reprodução do Abaporu, de Tarsila do Amaral, projeto gráfico de Victor Burton.
Modificações
importantes foram feitas por Sérgio Buarque entre a primeira e a última edição da
obra, e a presente edição realiza verdadeira arqueologia desta evolução.
Nove especialistas fazem posfácios
originais, o que enriquece o livro.
(Há muitos anos, ao
iniciar a orientação de uma tese de doutorado em Cirurgia, na Universidade de
Brasília, informei ao candidato que eu fazia apenas uma exigência, a de que ele
lesse, para começar, Raízes do Brasil.)
O livro de Sérgio Buarque
de Holanda nos ensina, antes de tudo, o que é o método científico de pesquisa,
os fundamentos da análise, e por fim, como escrever bem, com erudição, clareza
e arte. Trata-se também de um grande escritor.
Ao final do volume, é
emocionante ver fac-símiles de edições anteriores, páginas amarelecidas
anotadas pelo autor, rabiscadas, com adendos em fragmentos colados nas margens
das páginas, com as indicações de onde o novo texto deveria ser enxertado. Uma
trabalheira danada, reeditar um livro naquela época.
... e depois, quem fica famoso é o Chico, filho do Sergio...
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