terça-feira, 31 de maio de 2016

Tudo a ver



Luiz Ruffato, ao publicar crônica intitulada Sobre estupro, racismo, homofobia, etc em El País (30/5/2016), foi ao ponto central de nossos problemas. Sua primeira frase diz tudo:

“Muito mais que a corrupção, o principal problema do Brasil é a falência completa do sistema de educação...”

            Ao final do texto, Ruffato pergunta ao leitor: “Você que me acompanhou até aqui pode estar se perguntando: mas, afinal, o que tem a ver o título com o conteúdo deste artigo?”

E ele mesmo responde:

“Tem tudo a ver. Um país sem educação – sem pensamento crítico – acha normal que uma mulher seja estuprada a cada 11 minutos e que a cada hora e meia uma mulher seja morta. Um país sem educação – sem pensamento crítico – acha normal não termos professores negros, políticos negros, médicos negros, engenheiros negros, escritores negros, jornalistas negros. Um país sem educação – sem pensamento crítico – acha normal o homicídio de 381 homossexuais no último ano. Um país sem educação – sem pensamento crítico – acha normal que tenhamos 150 pessoas assassinadas por dia. Um país sem educação – sem pensamento crítico – acha normal a morte de 42.000 pessoas por ano em acidentes de trânsito. Um país sem educação – sem pensamento crítico – acha normal um ministro discutir planos de educação com um ator pornô, um obscuro empresário e uma promotora aposentada.”

            Ruffato repete repete repete a expressão “sem pensamento críticoad nauseam. Somente a educação, no sentido mais amplo da palavra, pode desenvolver no sujeito, primeiro a capacidade de pensar, depois o pensamento crítico. O resto é blá blá blá...


Um comentário:

  1. Vivemos portanto numa sociedade selvagem. Sem querer ofender os índios, que se calhar vivem em comunidades humanamente mais saudáveis que a nossa.

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