quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Educação em Sobral, CE

Sobral, com 200 mil habitantes, a 230 km de Fortaleza, teve seus 31 colégios com notas entre 6,9 e 9 na primeira etapa do ensino fundamental, em escala de 0 a 10, na última avaliação do governo federal, o Ideb. A média dos países desenvolvidos estaria em 6, algo equivalente à educação no Reino Unido.
A escola Massilon Sabóia, a mais distante do centro de Sobral, teve 8. A avaliação considera notas em português e matemática e taxa de estudantes aprovados. Seus alunos moram em pequenos vilarejos do semiárido cearense e fazem as principais refeições no colégio, devido à baixa renda familiar.
Em outra avaliação divulgada neste mês, segundo Fábio Takahashi, enviado especial da Folha a Sobral (2/11/2015), o município apareceu como o melhor do país em oportunidade de educação, que considera resultados das provas, percentual de estudantes matriculados e condições das redes (como escolaridade dos professores e experiência dos diretores).
Para se chegar a esses resultados, a política educacional do município apoia-se “na definição clara do que deve ser ensinado no dia a dia, bonificação por resultado e autonomia a diretores”. E o mais importante,as aulas baseiam-se no tradicional lousas-carteiras-apostilas-livros”.
O processo de avaliação recebe atenção especial. Além das provas aplicadas pelos próprios colégios, no mínimo mensais, são feitas semestralmente avaliações pelo município, com equipes de fora do colégio. Também há os exames dos governos estadual e federal. O objetivo é identificar os alunos que estão com dificuldades, que passam a frequentar atividades fora do horário normal de aula.
Há remuneração extra para professores e diretores com melhor desempenho. No caso dos docentes o valor chega a R$ 500 mensais (o salário-base da categoria é de R$ 2.000; a população ganha em média perto de R$ 1.300 mensais). Também há prêmios pagos uma vez ao ano. "A gratificação por desempenho é o que alimenta a vontade de continuar melhorando", afirma o diretor Osmarino Ribeiro, da escola Elpídio Ribeiro da Silva, que teve o melhor desempenho do município (nota 9).
            Há quem discorde do método. Um deles é o diretor da Faculdade de Educação da Unicamp, Luiz Carlos de Freitas. "São políticas de voo de galinha. Focam no índice a ser obtido e constrangem as escolas a caminharem nesta direção. Estreitam o currículo em função do índice das disciplinas medidas", afirma.
Destaca o editor da matéria: “Para atingir todos os objetivos, a prefeitura gasta 30% do seu Orçamento com educação, pouco acima do exigido pela Constituição (25%). Recursos adicionais vêm de parcerias com fundações e governos estadual e federal. Parte do material pedagógico é feito pela rede, parte por empresa terceirizada. Em comum há a determinação do que deve ser ensinado a todos, diariamente.”
Embora haja discordâncias, o trabalho realizado em Sobral merece a nossa atenção.




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