quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A fala dos bonobos



A reportagem de Fábio de Castro para O Estado De S. Paulo de 4/8 traz o sugestivo título de “Comunicação vocal dos bonobos é semelhante à dos bebês humanos”.

Em essência, os cientistas da Universidade de Birmingham (Reino Unido) e da Universidade de Neuchatel (Suíça), estudando bonobos selvagens da República Democrática do Congo, concluíram que estes primatas utilizam um mesmo som para diferentes sentidos, de acordo com o contexto. E fazem-no de maneira semelhante à dos bebês humanos que ainda não aprenderam a falar, flexibilidade na comunicação que ainda não havia sido encontrada em outros animais.

E ainda mais interessante, como acontece com bebês humanos, “o receptor precisa fazer inferências com base no contexto para compreender o sentido das vocalizações”. 

"Dar sentidos diferentes a sons iguais é algo que muitos pensavam ser uma característica única dos humanos", afirmou a pesquisadora Zanna Clay, da Universidade de Birminghan.

A pesquisadora afirma que a “flexibilidade da comunicação dos bonobos pode ser indício de uma importante transição evolutiva: das vocalizações dos animais, fixadas em uma função única, para as vocalizações humanas, mais flexíveis.”  Os cientistas acreditam que essa transição ocorreu entre 6 milhões e 10 milhões de anos.

"É preciso fazer mais pesquisas sobre os grandes primatas, antes de tirar conclusões sobre o caráter único do ser humano. Quanto mais estudamos, mais proximidade encontramos entre animais e humanos", afirmou.

            Este blogueiro gosta de enfatizar que a Teoria da Evolução das Espécies, iniciada por Charles Darwin (1809-1882), agora deve chamar-se Evolução das Espécies, pois não se trata mais de uma teoria. Descobertas como esta relatada acima, aos poucos, vão acrescentando novas evidências ao belíssimo processo de evolução.





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