"Arcos do Jânio"
Estou certo de que irei desagradar
meio mundo, ou até mais, talvez o mundo inteiro (agora trata-se de um delírio
meu, pois o Loucoporcachorros não está com essa bola toda), ao emitir opinião
sobre dois fenômenos (ainda não encontrei palavra mais apropriada para
defini-los) que se tornaram generalizados, aqui e no exterior. Quase uma
unanimidade!
Associá-los,
estes dois fenômenos aparentemente distintos, é também ideia minha, certamente
discutível e igualmente condenável pela maioria.
O
primeiro evento é a chamada grafitagem. Ela se espalha pelas grandes cidades, e
agora, entre nós, sob o patrocínio do poder público. Vejam o que fizeram com os
“Arcos do Jânio”, na cidade de São Paulo. http://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/edison-veiga/grafitaram-os-arcos-do-janio/
Mau gosto,
mau gosto, mau gosto!
O viajante
que vai a Roma fica impressionado com a cor da cidade; casas, muros,
paredes pintadas com uma espécie de terracota inconfundível.
A cor de
Paris combina com o clima quase sempre chuvoso da cidade.
Florença,
ah! Florença, é de um amarelo que muda de tom ao longo do dia, sob o reflexo da
luz solar.
Os exemplos
são infindáveis. A cor das cidades faz parte da arquitetura de cada uma.
Grafites?
Combinam com nada.
O segundo
evento (e reafirmo que a associação de ideias é de minha inteira
responsabilidade) é a tatuagem. Para esta já não há remédio; está presente nos
braços, pescoço, dorso de todos os jogadores de futebol de todos os times do
mundo.
Mau gosto,
mau gosto, mau gosto!
Não conheço
explicação plausível para tamanha difusão desta prática. Nem o Ebola se alastra
com tanta eficiência.
O que ambos
os fenômenos têm em comum?
Em primeiro
lugar, são gravações feitas pela mão humana, artificiais, geralmente decisões
de um momento, passíveis sempre de arrependimento.
Depois, são construídas numa tela que tem
sua cor própria, natural, e por isso mesmo, bela por natureza – desculpem a
redundância. Cada um tem a cor que nasceu com ela. A pele, o maior órgão do
corpo humano, merece mais respeito. A cor das cidades também.
Pelo menos os grafites podem ser
apagados, o que espero que aconteça nos tais “Arcos do Jânio”. As tatuagens
não. É uma cruz que o tatuado precisa carregar por toda a vida, goste ou deixe
de gostar dela. Os grafites vão se deteriorando com o passar do tempo, sob o
sol e a chuva (quando cai), e o que resta nas paredes é sujeira, poluição
visual grosseira.
Por último, os dois fenômenos têm em comum
o mau gosto, mau gosto, mau gosto!
Salvo disposições em contrário.
Concordo! Nunca gostei de grafitagem. Elevar isso à categoria de arte é igualar funk a Beethoven. Pura poluição visual. Será que esses "artistas" grafitam a parede da sala da casa deles?
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