Hélio
Schwartsman pergunta, na crônica de hoje na Folha, O que aconteceu?, referindo-se às transformações
ocorridas no Partido dos Trabalhadores, desde sua origem nos anos 80 até os famigerados
dias de hoje. (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/202118-o-que-aconteceu.shtml)
O articulista detém-se no escandaloso
pedido feito pela presidente, no qual ela “propõe ao procurador-geral da
República passar-lhe os nomes das pessoas que pretende nomear ministros para
que ele diga se estão ou não envolvidas em alguma das delações premiadas
relacionadas ao caso Petrobras.”
Quando li esta notícia pela primeira vez,
dias atrás, pensei comigo mesmo: é o fim do mundo, não há mesmo solução para o
nosso país. Senti vontade de escrever sobre isso, não encontrei ânimo nem
palavras. Não soube expressar minha indignação com método, com inteligência,
pois a razão foi dominada pela emoção. (Talvez ódio, quem sabe?)
Apenas uma interjeição me ocorria,
recorrente, retumbante: puta-que-pariu! Mais nada.
A sensação era de absoluta impotência, ao
ver o país desgovernado, com o futuro ameaçado. Os países podem sim perder o
rumo, entrar em contínua decadência durante anos a fio, perdidos num mar de
incompetência, corrupção, desmandos, burrice, mediocridade, deseducação; temos
um exemplo bem próximo a nós, aqui na América do Sul.
Mas alguém precisa manter a cabeça no
lugar. E é assim que Hélio Schwartsman termina sua crônica de hoje:
“Ninguém
exerce o monopólio da virtude. Embora um homem possa individualmente ser mais
honesto do que outro, basta que reunamos um número razoavelmente grande de
pessoas e lhes ofereçamos oportunidades um pouco mais tentadoras de tirar
vantagens indevidas, para que as diferenças entre grupos maiores tendam a
anular-se, retratando aquilo que chamamos de natureza humana.”
É,
portanto, da nossa própria natureza que estamos falando. Sejamos, pois,
tolerantes.
Muito um inteligente o texto. Admiro a forma que você trata os pontos antagonicos, do "pqp ao sejamos tolerantes."
ResponderExcluirCada dia mas fã de seu blog.
Eis porque o mundo da igualdade, da fraternidade e da justiça permanece tão distante. Seria preciso que o bem comum valesse mais que o individual. Vai demorar.
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