segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Falsa prioridade


“No meu governo, a educação será uma prioridade.”

Todos os candidatos à Presidência da República bradam esta frase, desde tempos imemoriais, em suas campanhas eleitoreiras.
Todos destacam a importância do ensino fundamental – “a prioridade número 1”.  
A importância do professor e a necessidade de melhores salários para a classe também são questão de honra para os candidatos.
Programas de reciclagem para o corpo docente constituem uma necessidade imperiosa.
Ultimamente, a criação de milhares de creches foi acrescentada a tal prioridade.
O  aprimoramento do ensino médio e o combate à evasão escolar são compromissos inadiáveis.
O apoio às universidades e à pesquisa, incluindo a pós-graduação mais recentemente, são fundamentais para o fortalecimento do país.
Blá blá blá...
Depois de eleitos, os candidatos nada cumprem daquilo que prometeram, o tema some do noticiário, o ministro da educação quase sempre é um homem manietado por falta de verbas e vontade política, pois a educação agora já não é mais prioridade.
A educação, sob certo aspecto, se parece com o saneamento básico. Este último raramente é executado porque as obras são subterrâneas e ninguém as vê, o que equivale dizer que não redundam em votos no futuro. A educação, quando bem praticada, dará resultados daqui a 30 anos, o que também não dá votos. São duas prioridades de campanha apenas.
Tal obviedade demonstra o desprezo dos candidatos pela inteligência do eleitor, visto como uma criança que pode ser facilmente ludibriada com um pirulito. Será isso mesmo o eleitor, alguém que se deixa enganar pelas aparências de toda sorte? Talvez muitos o sejam.
Eis aí a perversidade do círculo vicioso! O eleitor deixa-se enganar exatamente por falta de Educação.
Até quando, até quando?

2 comentários:

  1. É verdade. É por isso que as coisas demoram tanto a mudar. Mas como é que fizeram na Coreia, na Finlandia, etc.?

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  2. O mais cruel é que para manter esse ciclo vicioso de eleitores facilmente ludibriáveis é positiva a falta de Educação. Soma-se ao fato que investimento em educação não rende votos para as próximas eleições. Parece um desesperador beco sem saída! Contudo, a saída, é claro, está na sincera vontade de melhorar o país e não na manutenção do poder.

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