...
– doutor, quanto tempo eu tenho de vida?
– não sei.
– não minta pra mim, doutor, por favor...
– não estou mentindo, não sei mesmo.
– mas o senhor sabe o que eu tenho.
– sei.
– e sabe que essa doença mata.
– sei.
– e por que não me diz quanto tempo tenho de vida?
– porque não sei, nunca sei.
– nunca?
– nunca.
– pois vi no google, com minha doença vive-se em
média 1 ano.
– e você sabe o que é média?
– café-com-leite é que não há de ser...
– pois é, não sabe.
– então me explique, doutor.
– você soma o tempo de sobrevida dos pacientes e
divide pelo número de casos.
– ... então?
– joão viveu 5 anos, pedro 5 meses, a média de
sobrevida foi de 1 ano.
– ...
– você, como se chama?
– maria.
– e eu não sei o que vai acontecer com a maria.
– ...
– ...
– faz sentido, doutor.
– e o que você tem a perder se viver o dia de hoje?
– viver como
os gregos, carpe diem...
– romanos...
– ah!, e tocar um tango argentino, como disse
drummond!
– manuel bandeira...
...
Ótimo! Ótimo! Ótimo!
ResponderExcluirOi, André! Gosto do seu fino senso de humor... bem "cool". :)
ResponderExcluirNão podemos perder o senso de humor, não é Nazaré?! Que bom que gostou!
ExcluirExcelente diálogo. A sabedoria e obom humor são invencíveis.
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