Eu me chamo Mérilin. Nem é preciso dizer que se trata de homenagem àquela loura americana que deu para o presidente lá deles, os gringos, linda-linda-linda-de-morrer mas meio gordinha - quer dizer, gostosa para a época, gordinha para os dias de hoje, tempo de magricelas -, aquela que morreu de overdose, dizem, mas que continua viva como o Elvis que também não morreu, livros e livros e mais livros e fotografias e fotografias e mais fotografias sobre a vida dela, que o povo adora mesmo é fofoca, pois é, por causa dela minha mãe, fanática por cinema, botou esse nome em mim que, aliás, eu adoro!
Na escola eu era vítima: Méééééérilin méééééérilin méééééérilin, os meninos repetiam imitando o berro de cabrito ou de cabra, sei lá, mas eu não estava nem aí, sabia que era purinho despeito, inveja mortal, porque eles se chamavam Zé, João, Pedro, Pinto, Sousa, Silva, já se viu algum artista com um nome desses? Só se for o Zé do Caixão!
Mas tem uma coisa que não gosto: que as pessoas pensem que sou uma debiloide, uma retardada, uma lesa-pancada-miolo-mole, só porque a minha xará era loura e um pouco ingênua, talvez. Não preciso dizer que sou louca por cinema e que vi todos os filmes dela e achei ela meio bobinha mesmo. Ou os papéis que davam pra ela. Ela sempre com aquele ar-de-quem-não-sabe-de-nada.
Burra eu não sou. Tenho até um blog! Meu amigo Gui, um craque nesse negócio de blog, foi quem escolheu o nome, que eu aprovei sem pensar:
merilinpontocom.com.br
e estou pensando em ganhar algum dinheiro com ele, só preciso de patrocinadores, o que não vai ser difícil por causa do nome do blog e do meu próprio nome, é claro. O que escrevo no blog? Ora, escrevo sobre cinema, posso dizer que é minha especialidade, herdei o dom de minha mãe, e o meu nome deu um upgreide nessa habilidade. Também ajuda - ajuda? - o fato de que sou muito romântica, como minha mãe gosta de dizer, Mérilin, você é muito sentimental...
Escrevo também sobre televisão. Ontem vi na tv uma propaganda que mexeu comigo. Não me perguntem o que eles queriam vender porque quando a propaganda é muito boa a gente nem presta atenção no produto, só sente e guarda na memória aquilo que mexe com a gente. A noiva perde o buquê no momento de ir para a igreja. O buquê sumiu, O buquê sumiu, O buquê sumiu, ela grita desesperada. Afobadíssima, vai com a mãe a uma florista, que imediatamente se dispõe a preparar um lindo ramalhete de rosas brancas em botão. Foi aí que me emocionei: gostei de pronto da florista, mulher madura, calma, dona-de-si nos seus esplêndidos quarenta anos, e que fala ramalhete em vez de buquê. Sinto vontade de chorar ao ouvir a palavra ramalhete. Buquê não me diz nada, coisa de francês besta, pernóstico, pedante, que fala bouquet fazendo biquinho... Na minha terra se fala ramalhete. Não é lindo? Como o meu nome...
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