Prezado Manoel,
recebi com satisfação sua carta e imediatamente
publiquei-a no blog, grato pela surpresa. Tardo a responder e peço desculpas.
O
Louco tem enorme interesse em todo o tipo de crítica, em especial à crítica de
arte, e coloca-se ao seu inteiro dispor.
Antes de tudo, desejo salientar que
muito apreciei a citação da piada sobre o “outro” Manoel, apresentada de modo
invertido, daquele que não mora em Niterói. Temo que algum leitor deste blog
não conheça a piada original, e como gosto muito dela, a ponto de citá-la nas
minhas sessões de psicanálise, reproduzo-a aqui.
Quando
o analisando chegava agitado, apressado em conclusões impensadas, eu
perguntava, Você conhece a piada do Manoel? Não? Então ouça:
“Alguns amigos chegam para o rapaz distraído e, aos
berros, dizem: Manoel, corre que sua casa em Niterói está pegando fogo, sua
mulher e seus filhos correm risco de vida, uma tragédia.
O rapaz corre para a Praça XV, pega a primeira barca
para Niterói, e no trajeto, lento, apenas o monótono ruído do motor da barcaça
e a bela vista da Baía da Guanabara, ele pensa, Não me chamo Manoel, não moro
em Niterói, não sou casado nem tenho filhos, minha casa não está pegando fogo,
o que estou fazendo aqui?”
Alguns
pacientes, os que ainda podiam pensar, acalmavam-se, e a sessão prosseguia.
Caro
Manoel, voltemos à resposta a sua cartinha. Desde já, preciso advertir meus
leitores que este blogueiro não se responsabiliza pelas opiniões emitidas por
terceiros, quando aqui publicadas. O espaço está aberto, pois a democracia
ainda é o remédio menos amargo.
Confesso,
Manoel, que Miró não é dos pintores que mais aprecio, mas chamá-lo de
preguiçoso, isso me parece julgamento moral, coisa que o Louco é completamente
avesso. Respeito sua tese, que tem lá razão de ser, mas não a endosso.
Mais
uma vez, coloco-me à sua disposição, com prazer e honra.
Seu
criado,
André
PS: Detesto o politicamente correto, Manoel.
Portanto, fico com a forma antiga, “risco de vida”, e não aquela que se usa
agora, “risco de morte”. Que bobagem!