O tema educação infantil surgiu
recentemente neste blog, a partir do excelente ensaio “Infantocracia: cada
menino, um delfim”, do americano Joseph Epstein, publicado na revista Serrote
(Instituto Moreira Salles).
O
assunto voltou, com a crônica de Francisco Daudt sobre autoridade e violência,
na conturbada relação entre pais e filhos nos dias de hoje.
E
retorna pela terceira vez com o artigo de Julie Turkewitz publicado no The New York Times International Weekly (em
colaboração com a Folha de São Paulo), no último sábado (31/01/2015),
intitulado “Onde as crianças realmente são mimadas”.
A
jornalista relata o surgimento de fenômeno recente nos Estados Unidos, a
proliferação de spas para crianças,
meninas e também meninos, com idades que chegam a 3 anos, nas grandes cidades
americanas. São oferecidos serviços como massagens, tratamentos faciais, manicure,
tratamento para os pés, enfim, todo tipo de embelezamento utilizado pelos
adultos, que podem terminar com um passeio de limusine cor-de-rosa pelos
arredores.
“Esses santuários de luxo
mimam orgulhosamente seus clientes, envolvendo-os em robes de tamanho
personalizado, sugerindo massagens com óleo para os pés ressecados pelas
brincadeiras descalças e carregam os clientes para as mesas de massagem quando
eles são pequenos demais para fazer isso sozinhos”, detalha a jornalista.
Lynne McNees, da International Spa Association, declarou:
“Vamos conquista-los mais cedo e ensinar-lhes bons hábitos”. O que é
incondicionalmente apoiado pelas mães dessas crianças, orgulhosas de seus
rebentos.
Certa menininha de 7 anos,
ao passar o aniversário num desses spas,
afirmou: “Eu me sinto a melhor princesa do mundo...”
E se é moda lá, daqui a
pouco é bem possível que seja moda aqui!
Esperemos que não, ou
estaremos deseducando nossas crianças. Pior que isso, provavelmente deformando
a infância de meninos e meninas, o que poderá trazer consequências graves na
vida adulta.
Tenho uma amiga que,
sabiamente, gosta de dizer, Os pais dão
muito trabalho aos filhos!