A hipótese humana (Ed.
Record, 2017), o livro em questão,
faz parte de uma pentalogia (se é que a palavra existe), composta por O trono da Rainha Jinga, O senhor do lado esquerdo, A primeira história do mundo, e uma
novela a ser escrita, A biblioteca
elementar.
Esclarece o autor: “Os cinco livros que compõem a série
se filiam necessariamente ao gênero policial de assunto histórico. E, apesar de
formarem um sistema, devem ser lidos de maneira aleatória.”
Logo na primeira página leitor depara-se com o estilo
direto e elegante de Mussa:
“São
duas personagens que se movem: um homem e uma mulher. Para quem leu meus outros
livros, ou lembra que a ação se passa no Rio de Janeiro, é fácil deduzir que
não serão casados. Ela, além de moça, é linda, como são em geral minhas
mulheres. O homem, tipo mais vulgar, tem aproximadamente a mesma idade.
Disse
que não são casados. Deveria ter dito não serem cônjuges. Porque a mulher (como
se intui) tem um marido. Mas essa circunstância não a impede de começar a se despir.”
E o crime vem logo a seguir.
(Destaque para a bela capa, O jogo da capoeira, de Carybé!)
Não me canso de apontar a existência de uma certa
implicância de determinadas pessoas, geralmente exigentes intelectuais, com o
gênero dito policial. Trata-se de uma generalização infundada, como de resto
todas as generalizações.
Há
bons e maus livros policiais. Luiz Alfredo Garcia-Roza, por exemplo,
destacou-se no gênero entre nós, com ótimos romances, cujas histórias
passavam-se em Copacabana e arredores, no Rio de Janeiro.
Alberto Mussa, em meu ponto de vista, capricha ainda mais
no estilo, situando suas histórias no mesmo Rio de Janeiro, em época bem mais
remota.
Vamos guardar A
biblioteca elementar.