Tarde quente de domingo, fim de verão. Acabamos de almoçar, sempre na varanda que se abre para o jardim, quando o fenômeno acontece. A revoada!
Súbito, surge no ar quantidade inusitada de assanhados passarinhos, em bandos, cantando e voando e cantando e voando. Eles cruzam o ar com velocidade incrível, pousam nas árvores próximas, revoam e tornam a revoar.
Desligo a fonte para ver o que acontece. Então, de forma aparentemente organizada, um a um eles pousam na fonte, bebem e se banham.
São de espécies variadas, multicoloridas, uns pequeninos, outros maiores, pousam sozinhos, aos pares, em trios. Alguns ameaçam pousar e arremetem: a disputa pela água é acirrada.
Coisa nunca vista: pousa na fonte o arisco e solitário bem-te-vi, que observa, dono do pedaço, soberano; eis que pousa um segundo bem-te-vi, e parece que conversam sobre alguma coisa – conversa de passarinhos!
Passado algum tempo – impossível ser precisado –, do mesmo modo que chegaram, se foram, aparentemente satisfeitos.
Em nós permaneceu o sentimento de Felicidade.
Fotos: AVianna
Nikon D7200 DX VR 300mm