terça-feira, 23 de outubro de 2018

Entre a Cruz e a Caldeirinha


...
– Anulo meu voto.
– Não faça isso.
– Faço.
– Assim você ajuda a eleger o pior.
– Não há pior nem melhor.
– Sempre há um pior...
– A escolha entre Marcola e Beira-mar?
– ...
– Triste sina a de escolher o menos ruim.
– É preciso ser pragmático.
– Voto nulo e pronto.
– Só pra dizer que não votou no cara, se der errado?
– Tem muita chance de dar errado.
– Então...
– Anulo meu voto, durmo tranquilo.
...

É de chorar!




Número 16, de Jackson Pollock


Tela do pintor Jackson Pollock pertencente ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro será leiloada para que a instituição possa se capitalizar. 
A obra intitulada "Número 16" pode alcançar US$ 18 milhões (R$ 67 milhões) em Nova York, em novembro, valor menor do que o inicialmente esperado pelo MAM. 
“A ideia é que a venda ajude o museu a criar um fundo cujos rendimentos lhe permitirão se sustentar pelos próximos 30 anos, realizando melhorias de infraestrutura, pessoal e acervo. O custo anual da instituição —privada— é de R$ 6 milhões, bancado por empresas mantenedoras. O déficit atual é de R$ 1,5 milhão.” É o que informa o artigo da Folha de S. Paulo (23 out 2018).
“Esta é a primeira vez que um museu brasileiro se desfaz de uma obra de seu acervo para angariar fundos. "Número 16" data de 1950 e é uma das obras mais valiosas da coleção do MAM.
E assim o Brasil vai se empobrecendo.



Piano e aprendizado da linguagem



Estudar piano, segundo pesquisa recente, pode ajudar a criança a desenvolver mais rápido algumas das suas capacidades. O artigo é de Alejandra S. Mateos, para El País (14 out 2018).
A pesquisa, realizada Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, e da Beijin Normal University, da China, descobriu que “quando as crianças começam a tocar piano desde pequenas, melhora a maneira como processam o som. Algo que não está só relacionado à música, mas também à capacidade de entender a linguagem.”
74 crianças, falantes de mandarim, entre 4 e 5 anos, foram divididas em três grupos: 1) estudantes da educação tradicional; 2)  ensino de leitura;  e 3) aqueles que tinham uma aula de piano de 45 minutos por semana. 
“As crianças que tocavam piano tinham maior capacidade de compreensão e distinção da linguagem falada que os dos outros dois grupos, que tinham mais problemas para entender as palavras com variações sutis de consoantes que soam de forma similar, como T e D.
O que a pesquisa demonstra é que as aulas de piano ajudam a melhorar o processamento neuronal do tom.”
Outro trabalho, publicado na Nature Reviews Neuroscience, explica “o profundo impacto que a música tem em nossas capacidades para aprender uma língua, melhorar a concentração, a memória e as emoções. Pesquisa da Universidade de Toronto demonstrou que por mais que a inteligência dependa dos genes em 50%, as aulas de música representavam um aumento em várias métricas de inteligência das crianças que as praticavam em relação às demais.”
Aulas de piano também aumentam o quociente intelectual de forma semelhante à leitura porque “ao tocar um instrumento, muitas áreas cerebrais são acionadas”, esclarece Ferrero: “Os pianistas necessitam se concentrar em sua respiração, nos diferentes tipos de notas, na harmonia, nos intervalos, no ritmo. Além de ler e decifrar a melodia, de forma imediata a transformam em sons ao tocar as teclas, que são 88, com as duas mãos”. 
Tocar piano envolve quase todas as áreas do cérebro simultaneamente, especialmente o córtex auditivo, o motor e o sensitivo: “Os músicos desenvolvem em especial o cerebelo, relacionado aos movimentos musculares e ao corpo caloso, que conecta os dois hemisférios para coordenar os movimentos de ambas as mãos ao mesmo tempo, ligando o criativo do hemisfério direito com o matemático do esquerdo”. Também desenvolvem quase por igual a cissura central dos dois lados, que se crê seja responsável por estabelecer a dominância da mão hábil em toda pessoa. Ou seja, de certa maneira tornam-se ambidestros.”
O artigo traz uma conclusão interessante: “Porém isso não implica que o piano torne mais inteligentes quem o pratica, afirma o especialista, que considera que talvez seja o contrário: as pessoas mais inteligentes é que se sentem mais atraídas a praticar o instrumento.”