Meus quadros favoritos
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
Respeito
Imagem & microconto
Foto: autor desconhecido.
Eu podia ter, também, sucumbido...
100 anos de José Saramago
“Eu podia ter, também, sucumbido a um golpe semelhante ao que tu sofreste, podia passar a minha existência inundado de pensamentos inúteis, lembrando a minha mulher falecida. Não o fiz, porém. Resolvi viver. Resolvi deixar a minha morta em paz, pensar nela com uma saudade vaga e, apenas um pouco triste, dedicar um breve espaço da minha vida à amargura de a haver perdido. Ao princípio, custou-me. A felicidade é tão absorvente, habituamo-nos tanto a ela que, quando nos foge, quando no-la roubam, sentimo-nos incompletos como se uma parte essencial do nosso corpo tivesse desaparecido, deixando uma chaga imensa e dolorosa, que não fecha e destila sempre o pus da nossa desventura. Mas como tudo isto é vão, Maria Leonor! Como nós complicamos a extraordinária simplicidade da vida!”
José Saramago
A Viúva (Terra do Pecado)
Octomeria estrellensis
Orquídea dada como extinta volta a florir em SP
Foto: Luciano Candisani
“Orquídea dada como extinta volta a florir na Mata Atlântica em São Paulo. Após 50 anos sem ser documentada, a 'Octomeria estrellensis' foi vista em reserva e reproduzida in vitro. Reportagem de Ícaro Malta, para o Estadão (29 jan 2022).”
“A flor pequena chamou a atenção do biólogo Luciano Zandoná, que trabalhava documentando flores de árvores caídas na reserva particular Legado das Águas, entre as cidades de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira (SP). Não escapou de seu olhar treinado a planta da espécie Octomeria estrellensis, que não era vista na natureza em território paulista desde a década de 1960 e foi considerada extinta em 2016. “Somente depois de florir é que podemos ter a certeza da espécie de uma planta, mesmo que ela tenha uma morfologia bem característica”, explica Zandoná.”
“A confirmação veio pela flora dessa orquídea, que mede apenas 2 centímetros.”
“É uma micro-orquídea, uma planta de tamanho diminuto. Ela depende de um microclima muito equilibrado: temperatura, umidade e regime de chuva”, explica o biólogo. Para ele, o desmatamento, o aquecimento global e a diminuição de polinizadores, como abelhas, borboletas e beija-flores (além, principalmente, da coleta ilegal de plantas), são os principais fatores por trás da quase extinção da espécie.”