(Roteiro para discussão
em sala de aula)
I. Introdução
Vamos imaginar que estamos numa
caverna há alguns milhares de anos, a família sentada em volta de uma fogueira,
comendo carne de bisão. Alguém, provavelmente um exímio caçador, aproveita as
pinturas existentes nas paredes da caverna, que ilustram uma caçada de bisão, e
dá uma aula sobre como caçar o bisão.
Esta cena pode muito bem representar
a sala de aula mais primitiva de que se tem notícia, com quadro-negro (as paredes
da caverna), giz (as tintas utilizadas nas pinturas rupestres) e a saliva do
professor (o caçador). Nela, como aqui, estão reunidos professor e aprendiz, os
dois protagonistas sem os quais não há sala de aula. Sem eles, há uma caverna
vazia.
Os tempos mudaram, é verdade, mas
continuamos a utilizar essa espécie de caverna, não mais em torno de uma
fogueira, mas de um tema que nos parece importante.
II. Funções do aprendiz
1. Aprender a conviver
2. Aprender a pensar
Como se trata aqui de
Ciência, torna-se fundamental que se aprenda a distinção entre Pensamento
Científico e Pensamento Religioso. O primeiro baseia-se em fatos, resultantes
de experimentos, e quem o praticou pela primeira vez foi Galileu Galilei, entre
os século XVI e XVII. O segundo apoia-se em crenças, e não serve para a prática
científica.
3. Motivar-se
4. Adquirir algum conhecimento parcial
Melhor
seria dizer: orientar-se para a aquisição de conhecimento.
III. Funções
do professor
Função primordial: EDUCAR.
Como se trata de tarefa
impossível, vamos simplificar as coisas, de forma didática:
1. Atuar como facilitador da convivência
2. Ajudar a pensar
Ninguém
pode pensar pelo outro, mas é possível discutir com o aprendiz, por exemplo, a
diferença entre Pensamento Científico e Pensamento Religioso.
3. Motivar!!!
A
Arte em geral, e a Literatura em particular, podem servir de valioso apoio para
a motivação do aprendiz em sala de aula. Cabe ao professor a competência para o
bom uso desta ferramenta.
4. Estimular a pesquisa
5. Transmitir alguma experiência
Força de expressão, pois
experiência não se transmite: ou se tem,
ou não se tem.
Talvez
a função do professor possa ser resumida em: A Arte
de Fazer Perguntas.
IV. Em
conclusão
As
funções aqui resumidas, do aprendiz e do professor, podem ser bem exercidas com
ou sem tecnologia avançada, utilizando-se desde o velho cuspe-e-giz do tempo
das cavernas até o quadro-negro eletrônico.
Hoje,
o que o aprendiz faz em sala de aula com seus iphones, ipads ou laptops? Eu não
sei, porque nunca os utilizei, não são do meu tempo. (Se servem apenas para
anotações, um simples caderno faria melhor. Isso não significa utilização da
tecnologia em sala de aula.)
Em
situações especiais, tanto por solicitação do aluno como do professor, a
Internet pode ser consultada para dirimir dúvidas ou acrescentar informação
relevante para o momento. Porém, se isso pode ser feito após o término da aula
– e penso que pode, na esmagadora maioria das vezes – melhor deixar para
depois.
O quadro-negro eletrônico pode ajudar? Penso
que sim, desde que o professor aprenda a usá-lo, mas não sei se é fundamental. A
Internet sim, é fundamental, hoje, para a prática médica.
O
que me parece insubstituível é o convívio entre alunos e professores, dentro e
fora da sala de aula.