domingo, 19 de abril de 2020

À espreita


No meio do caminho tinha uma pedra. Quando levantaram a pedra, lá estava ele, à espreita, o vírus.

Sergio, um grande brasileiro



Sergio Vieira de Mello





Se o expectador vir o filme apenas como homenagem a Sergio Vieira de Mello (1948-2003), um grande brasileiro, já vale a pena.
         Estou a falar de Sergio, filme americano (o som é ótimo) estrelado por Wagner Moura e a belíssima cubana Ana de Armas (e que armas...), baseado no livro O Homem Que Queria Salvar o Mundo – Uma Biografia de Sergio Vieira de Mello, escrito pela diplomata americana Samantha Power. A direção é de Greg Barker.
         O desempenho diplomático de Sergio de Mello, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que o tornou admirado em todo o mundo pela capacidade de demonstrar empatia e negociar em circunstâncias políticas as mais difíceis, é ofuscado no filme por seu romance com Carolina, às vezes melodramático em demasia.
         Sergio de Mello teve uma morte terrível, soterrado sob os escombros de explosão de carro-bomba, atentado terrorista perpetrado pela Al-Qaeda logo após a ocupação americana no Iraque, em 2003. A organização terrorista depois confirmou que Sergio era mesmo o alvo do atentado. O grande brasileiro merecia destino melhor.
         É preciso destacar o impecável desempenho de Wagner Moura, que fez crescer o roteiro.