Fotoabstração
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
Riso de bebês humanos é semelhante ao de chimpanzés
Foto: James Coupad
Riso de bebês humanos é semelhante ao de chimpanzés, aponta estudo, informa Megan Marples para a CNN (1 set 2021).
“O riso transcende todas as línguas – e agora os cientistas sabem que essa resposta espontânea é universal também em algumas espécies de primatas. O padrão de riso dos bebês humanos é igual ao dos grandes macacos, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (31) na revista Biology Letters.”
“Os adultos humanos riem principalmente ao expirar, enquanto os bebês e os grandes símios riem durante a inspiração e a expiração, disse a autora do estudo Mariska Kret, professora associada de psicologia cognitiva da Universidade de Leiden, na Holanda.”
“O riso infantil não é necessariamente semelhante ao de todas as espécies de grandes macacos, apenas àqueles que são evolutivamente mais próximos dos humanos – como chimpanzés e bonobos, disse Marina Davila-Ross, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, que não participou do estudo. “Essa descoberta parece refletir que o riso é, em certa medida, profundamente enraizado biologicamente”, diz ela.
“Davila-Ross disse que ficou surpresa ao ver que o fluxo de ar associado ao riso muda à medida que os bebês crescem. “Na verdade, seria muito interessante ver se essas mudanças também podem ser encontradas em outras vocalizações não-verbais de humanos”, acrescentou ela. Em pesquisas futuras, Kret disse que espera repetir sua experiência com outras vocalizações, como o choro. Atualmente, ela está realizando outros experimentos com o riso, incluindo um envolvendo orangotangos, gorilas e humanos, para ver se eles mudam o som de suas risadas de acordo com a risada daqueles ao seu redor.”
Para quem acredita firmemente na Evolução das Espécies, notícia como esta não causa qualquer espanto. É a ordem natural das coisas.
Uma larga faca de açougueiro
4/5/13
“Sempre e de novo a imagem de uma larga faca de açougueiro que, a toda a pressa e com regularidade mecânica, penetra-me pelo lado e arranca fatias muito finas, as quais, dada a rapidez do trabalho, voam quase enroladas para longe.”
Franz Kafka - Diários
Ed. Todavia, 2021, p 294.
O que talvez haja de mais perturbador nos escritos de Kafka são os detalhes que ele acrescenta em suas histórias.
A faca é de açougueiro.
Ela penetra pelo lado.
A faca trabalha com regularidade mecânica.
As fatias arrancadas são muito finas.
As fatias voam para longe “quase enroladas”.
Esse pequeno texto dos Diários me fez lembrar a espantosa novela de Kafka intitulada Na colônia penal, na magnífica tradução de Modesto Carone (Companhia das Letras, 1998). (Há quem afirme que se trate do prenúncio do Holocausto.) Assim tem início o relato:
“– É um aparelho singular – disse o oficial ao explorador, percorrendo com um olhar até certo ponto de admiração o aparelho que ele no entanto conhecia bem.”
Agora, o oficial, embora conheça bem o aparelho, olha-o com admiração, “até certo ponto”.
Existe a Literatura antes e depois de Franz Kafka.